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Cidades do Vale do Taquari (RS) que estavam se recuperando ficam debaixo d'água novamente

Só pela manhã desta segunda-feira (13) que moradores puderam entender o tamanho da nova destruição. Agora, o rio parou de subir, mas a água engoliu novamente bairros inteiros de Estrela e criou uma espécie de novos rios paralelos nas ruas.


Gabriel não conseguiu voltar para casa �- Foto: Jornal Nacional/Reprodução

Por causa das chuvas, de domingo (12) para esta segunda-feira (13), cidades do Vale do Taquari que estavam tentando se recuperar voltar a ficar debaixo d'água.

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De onde se tira força para recomeçar de novo. De novo... De novo... De novo...

"Que loucura. Tu tem um pouquinho de esperança, daí vem de novo. Nós estávamos sábado se molhando, lavando, ajeitando, arrumando, e agora vem tudo de novo. Parece que para terminar com o resto. Tem que ter força, tirar força e voltar, voltar" relata o morador Sandro Barbosa.

É o que vão precisar fazer dezenas de milhares de pessoas no Vale do Taquari. Tem 13 dias que os municípios ribeirinhos foram devastados. De lá para cá, a água foi baixando e as pessoas tiveram um trabalho gigantesco para tentar colocar a vida de pé novamente.

Só pela manhã os moradores puderam entender o tamanho da nova destruição. Agora, o rio parou de subir, mas ele já engoliu de novo bairros inteiros, áreas inteiras de Estrela. É como se ele tivesse criado em cada rua novos rios. Em um delas, um rio com uma correnteza forte. Uma corredeira.

E o Gabriel não conseguiu nem cruzar a rua no dia em que achou que ia voltar para casa.

Repórter: "Ontem, vocês terminaram de lavar e não tinham voltado. Planejavam voltar quando?"
Gabriel: "Hoje, mas não vai dar, né."

"Estava praticamente tudo pronto, limpo. Só passar uma tinta. Voltou a chover, entrou água de novo, deu mesma coisa. Se nós trabalhamos sete dias para limpar, podemos trabalhar mais sete. Vamos limpar de novo. Nós não vamos parar", diz o morador Wilson Scheibel.


Apesar da nova devastação, as piores estimativas não se concretizaram. E os municípios estavam mais preparados. Moradores foram alertados. Não houve vítimas.

Móveis de moradores de Estrela (RS) viraram entulho — Foto: Jornal Nacional/Reprodução

E mesmo tendo que passar pelo entulho que um dia já foram os móveis dele, o Cristiano voltou para casa nesta segunda. Para casa seca.

Cristiano: "Hoje de manhã, quando a gente veio aí. Não tinha como saber nada que tinha acontecido."

Ali eles estão aproveitando bem rápido, conforme a água vai descendo, para ir captando a própria água e usando a água da enchente, com as retroescavadeiras, para ir lavando, tirando a lama que a enchente trouxe.

Durante o dia, a água começou a ir embora. Deixando pelas cidades as duas coisas constantes nos moradores do vale do Taquari. Uma determinação de quem não tem por enquanto outra opção.

"Se a gente tivesse para ir outro lugar. Não pegar mais, não precisar tirar as coisas, precisar perder as coisas, mas não tem, então a gente tem que continuar", diz uma moradora

"E uma reação que ainda não para de me surpreender. Mesmo diante de suas próprias casas alagadas os gaúchos que encontrei têm sempre uma preocupação com o outro, com aqueles que podem ter perdido mais", relata o repórter Tiago Eltz.

"E aqueles que não têm uma casa para voltar? Minha vizinha aí ó, perderam tudo, parentes, conhecidos, perderam tudo aí para trás", diz Sandro Barbosa.

"Tudo passa. Se os momentos bons passam, porque os ruins não vão passar também", reflete uma moradora.

A tendência é que nos próximos dias ele continua baixando devagar mesmo. Toda a bacia está muito sobrecarregada. Na noite desta segunda, continua chovendo. Choveu menos nesta segunda, mas continua chovendo. Então, o rio deve continuar descendo de forma mais devagar do que todo mundo queria.

Uma outra preocupação: está ventando, faz frio e a temperatura já caiu bastante. Na noite desta segunda, Lajeado está com 15ºC e a previsão é de a temperatura pode chegar a 6ºC durante a madrugada. A sensação térmica no momento já está abaixo de 15ºC. Então, todos os abrigos estão trabalhando de forma intensa para distribuir agasalhos, roupas de frio, cobertores - e esperando doações para os próximos dias.

G1

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