Todos os 78 municípios do Espírito Santo enfrentam alguma situação de seca. Essa realidade, que também serve de alerta, faz parte de um levantamento do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), divulgado pelo g1, nesta quarta-feira (24). O estado é um dos mais afetados de todo o país, ao lado de Amazonas, Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
O monitoramento classifica as cidades em quatro categorias de seca: extrema, severa, moderada e fraca. No estado, seis cidades estão classificadas como seca severa. São elas: Colatina, Itaguaçu, Itarana, Laranja da Terra, São Roque do Canaã e Santa Teresa. Outras 51 cidades estão em seca moderada e 21 em seca fraca. Veja mais abaixo a lista dos municípios.
O número é quase 23 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 45 cidades estavam nesses níveis de seca. A falta de chuva alastra o fogo pelo país, que teve o maior número de incêndios dos últimos dez anos.
Incêndio atinge área de preservação em Sooretama, no Norte do Espírito Santo — Foto: Reprodução/TV Gazeta
No Espírito Santo, por exemplo, de janeiro a maio deste ano, foram queimados 1.587 hectares de mata nativa, o equivalente a 85 estádios do Maracanã. Esse número também representa um aumento de 118% em relação ao mesmo período no ano passado, onde foram queimados 727 hectares, o que significava aproximadamente 46,1 Maracanãs.
Rios no Norte do Espírito Santo estão mais baixos que a média para o mês — Foto: Reprodução/TV Gazeta
O Cemaden é ligado ao governo federal e monitora a estiagem pelo país. Situação de cada cidade do estado, segundo o centro de monitoramento:
Seca severa - 6 cidades
Seca moderada - 51 cidades
- Afonso Cláudio
- Águia Branca
- Alegre
- Alfredo Chaves
- Alto Rio Novo
- Anchieta
- Apiacá
- Aracruz
- Atílio Vivacqua
- Baixo Guandu
- Bom Jesus do Norte
- Brejetuba
- Cachoeiro de Itapemirim
- Cariacica
- Castelo
- Conceição do Castelo
- Divino de São Lourenço
- Domingos Martins
- Dores do Rio Preto
- Fundão
- Governador Lindenberg
- Guaçuí
- Guarapari
- Ibiraçu
- Iconha
- Itapemirim
- Jaguaré
- João Neiva
- Linhares
- Mantenópolis
- Marataízes
- Marechal Floriano
- Marilândia
- Mimoso do Sul
- Pancas
- Piúma
- Presidente Kennedy
- Rio Bananal
- Rio Novo do Sul
- Santa Leopoldina
- Santa Maria de Jetibá
- São Domingos do Norte
- São Gabriel da Palha
- São José do Calçado
- Serra
- Sooretama
- Vargem Alta
- Venda Nova do Imigrante
- Viana
- Vila Valério
- Vitória
Seca fraca - 21 cidades
- Água Doce do Norte
- Barra de São Francisco
- Boa Esperança
- Conceição da Barra
- Ecoporanga
- Ibatiba
- Ibitirama
- Irupi
- Iúna
- Jerônimo Monteiro
- Montanha
- Mucurici
- Muniz Freire
- Muqui
- Nova Venécia
- Pedro Canário
- Pinheiros
- Ponto Belo
- São Mateus
- Vila Pavão
- Vila Velha
Uso racional da água
Governo do Espírito Santo publicou recomendações para racionar uso de água — Foto: Reprodução/TV Gazeta
O Espírito Santo entrou em estado de atenção hídrica devido à situação dos níveis baixos dos rios pela falta de chuva no dia 16 de julho.
A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) publicou orientações para o uso racional da água para que os cidadãos, prefeituras, agências reguladoras de serviços de água e esgoto e indústrias fiscalizassem o desperdício e penalizassem o desrespeito às recomendações.
A cidade de Aracruz, que fica na Região Norte, decretou situação de emergência também em julho, por causa da seca que já dura seis meses.
Segundo o relato de agricultores, eles tiveram prejuízos na produção de café na safra deste ano e também na produção de leite e derivados. Sem a chuva, as pastagens secaram e o gado está com pouca água para beber, além das queimadas que pioraram a situação da seca na cidade.
Inverno seco
Previsão é de inverno seco no ES. — Foto: Reprodução/TV Gazeta
De acordo com o instituto, essa situação é reflexo do baixo volume de chuvas desde abril e da alta taxa de evapotranspiração causada pelas temperaturas elevadas.
O Incaper indicou ainda que o cenário meteorológico para os próximos meses não é animador. Considerando o pequeno volume médio de precipitação típico dessa época, o volume de chuvas não será suficiente para reverter o déficit hídrico, especialmente no Norte do estado.
G1