Os sistemas têm que ser monitorados por servidores. O pessoal faz o monitoramento para, caso ocorra algo, alguém possa intervir. Este monitoramento, em alguns casos, era feito em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas teve que ser deslocado para Brasília.Fábio Faiad, presidente do SinalFaiad afirma que existe um monitoramento, por exemplo, do sistema ligado às chaves do Pix. Segundo ele, na última semana o trabalho foi em regime de contingência. "Este tipo de coisa assusta o mercado e pode gerar riscos operacionais para o Banco Central", diz. "Em outro caso, o monitoramento do STR [Sistema de Transferência de Reservas] foi passado de São Paulo para Brasília." Conforme o próprio BC, o STR é uma espécie de "coração" do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro). Por ele ocorre a liquidação e o processamento de operações de transferência de fundos. Quando alguém paga a conta com cartão numa padaria, por exemplo, o processamento é feito via STR.
Atrasos em divulgações
Além de ser obrigado a adotar esquemas de contingência no monitoramento de sistemas, o BC foi obrigado a atrasar uma série de divulgações de indicadores e informações ao mercado. A divulgação do boletim Focus, que traz uma compilação de projeções do mercado financeiro para uma série de indicadores econômicos,atrasou na última segunda-feira (21). A divulgação da ptax diária -taxa de câmbio calculada pelo BC- também tem atrasado. Os dados de entrada e saída de dólares do Brasil (fluxo cambial), normalmente divulgado às 14h30 das quartas-feiras, também atrasaram na última semana.Ameaça de greve
Os servidores do BC devem se reunir na segunda-feira (28) paradecidir se vão entrar em grevepor aumento salarial, caso nenhum acordo seja firmado. Atualmente, ossalários dos analistas do BC variam de R$ 19.197,06 a R$ 27.369,67. Desde o fim de 2021, os funcionários do BC vêm pressionando o governo por aumentos salariais. O movimento começou na esteira do anúncio, feito em dezembro pelo presidenteJair Bolsonaro, de que o governo poderia promover reajustes para categorias específicas -no caso, para servidores da Polícia Federal. De acordo com Faiad, o sindicato não aceita que o reajuste salarial ocorra apenas para os policiais.Fonte: (Biz News)