A árvore, que é uma espécie exótica, não foi retirada pela prefeitura, mas a derrubada foi autorizada após pedido dos moradores
Uma castanheira, a última que dava nome a uma praia isolada na Ilha do Frade, em Vitória, foi derrubada nesta quarta-feira (23). A árvore foi retirada da Praia das Castanheiras por causa do projeto de recuperação e revitalização da restinga.
A equipe que retirou a árvore informou que o procedimento foi necessário porque a castanheira é de uma espécie exótica, ou seja, não natural da flora brasileira. Além de fazer muita sombra na área de restinga, a castanheira libera uma substância pelas raízes que impede o desenvolvimento de outras espécies naturais da região.
O corte da árvore não foi realizado pela prefeitura, mas a derrubada foi autorizada após pedido dos moradores. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam) informou que a recuperação da restinga da Ilha do Frade é um projeto executado pela associação de moradores do bairro, que protocolou o projeto junto à Semmam.
"Neste projeto, que conta com o financiamento da empresa Vale, uma das etapas consta a remoção de espécies exóticas (não nativas) que possam afetar negativamente o desenvolvimento das espécies endêmicas", informou.
O projeto de recuperação da restinga da Ilha do Frade prevê outras ações além da retirada de espécies exóticas, como o plantio de mudas de espécies nativas e o cercamento da vegetação.
"Temos pequenos fragmentos de restinga que serão aumentados pelo projeto e isso vai ajudar a melhorar o ambiente para permitir que aumente a diversidade de aves. Como símbolos da restinga, temos o sábia-da-praia e a coruja-buraqueira. Agora é comum vermos os anus-brancos e pretos, quero-quero, sabiá-barranco, lavadeira-mascarada, corruíra ou garrincha, suiriri, bem-ti-vi, canário-da-terra-verdadeiro, beija-flor-tesoura, garça-branca grande e pequena, garça azul", explicou, na ocasião, o gerente do projeto.
A Semmam informou ainda que desenvolve um projeto chamado Vixflora, com o objetivo de promover o plantio de árvores nativas da Mata Atlântica em diversas áreas da cidade.
"O principal foco é a recuperação de áreas degradadas, o aumento da cobertura arbórea, a melhoria da segurança hídrica e promoção das adaptações às mudanças climáticas. Iniciado em 2021, o programa tem a meta ambiciosa de plantar 322 mil mudas, uma para cada habitante da cidade", informou.
De acordo com a Semmam, mais de 98 mil mudas foram plantadas em áreas degradas nos bairros Conquista, Fonte Grande, Tabuazeiro, Bonfim, Goiabeiras, Jesus de Nazareth, Resistência, Joana D"arc, Grande Vitória, Fradinhos, e Santa Cecília.