Economia O churrasco ficou mais caro

Carne acumula inflação de 15,43% em 12 meses

Por Regional ES

11/12/2024 às 11:28:53 - Atualizado há
Foto: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O churrasco ficou mais caro para o brasileiro. No acumulado de 12 meses, a inflação das carnes acelerou de 8,33% até outubro para 15,43% até novembro deste ano.

A variação mais recente é a maior desde outubro de 2021 (19,71%), segundo dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nesta terça (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

BONOMO ENERGIA SOLAR


Considerando apenas o mês de novembro deste ano, a alta das carnes foi de 8,02%. Trata-se da maior variação mensal dos produtos desde dezembro de 2019 (18,06%).

"A alta dos alimentícios foi influenciada, principalmente, pelas carnes, que subiram mais de 8% em novembro. A menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto", disse André Almeida, gerente da pesquisa do IBGE.

O economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), também cita esses fatores como responsáveis pelo aumento dos preços.

Ele ainda lembra que o consumo das mercadorias costuma subir na reta final do ano, o que também pressiona a inflação. Em 2024, o desemprego em baixa reforça esse movimento, segundo Braz.

"Ela [carne] pode subir mais em dezembro, exatamente pela demanda de final de ano", diz.

Em relatório, a consultoria Datagro afirma que o avanço das cotações do boi gordo, que chegaram a flertar com máximas nominais históricas, tem impulsionado os preços da carne bovina no atacado e no varejo.

"O comportamento dos preços sugere que uma parcela considerável da alta da arroba bovina já foi absorvida pelos consumidores", diz a consultoria.

A Datagro também destaca que o ambiente de consumo aquecido favorece a compra das mercadorias, mesmo com os preços em alta.

"Ao analisar a fração da renda média comprometida pelo consumo per capita de carnes aos níveis atuais, percebe-se que ainda há espaço na renda do brasileiro médio para consumir carnes", diz.

"Contudo, também é possível inferir que estamos nos aproximando de um patamar máximo do quanto o consumidor está disposto a comprometer de sua renda para esse consumo, o que começa a induzir um movimento gradual de substituição da proteína bovina por alternativas de menor custo", acrescenta.

LEONARDO VIECELI

Fonte: ES Hoje
Comunicar erro
Regional ES

© 2024 Regional ES - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Regional ES