A qualidade das peças corroborou com a atuação no primeiro tempo. O Flamengo controlou a posse de bola, teve muito volume de jogo e terminou a primeira etapa com oito finalizações. E não sofreu defensivamente. Pelo contrário, a zaga não trabalhou e esteve muito segura até para ajudar na criação junto a Pulgar que eventualmente formava a linha de três.
Apesar do volume e da posse, o Flamengo pecou um pouco com erros técnicos no último terço do campo. E só foi marcar aos 30 minutos com Bruno Henrique de pênalti. Aos 26, Arrascaeta se movimentou pelo meio e tocou para BH. O camisa 27 tabelou com Plata, que invadiu a área até ser derrubado por Zuccarello. E outra boa chance aconteceu 8 minutos depois.
O lance foi um retrato de boa parte do jogo. Varela jogando improvisado na esquerda, deixou Michael livre em vários momentos para avançar. Aos 38, o uruguaio escapou da marcação e tabelou com Michael. O atacante cruzou na área, o goleiro Léo Jardim tocou na bola, mas acabou sobrando para Plata empurrar para o fundo da rede. O VAR anulou por impedimento.
Foi nesse ritmo intenso e dominante que o Flamengo foi para o intervalo. Em coletiva, Filipe Luís revelou que a conversa no vestiário aconteceu por "detalhes mínimos" para acertar o time. Os minutos iniciais foram de mínima superioridade do Vasco, que passou a avançar um pouco enquanto o Rubro-Negro abaixou a marcação.
Não demorou para que Filipe Luís colocasse Allan, Luiz Araújo e Ortiz nos lugares de Evertton Araújo, Arrascaeta e Varela. Isso fez com que o Flamengo voltasse a ter controle da posse de bola e valorizasse a saída de bola para construir as jogadas - principalmente pela entrada de Ortiz e de Allan, que passou a jogar lado a lado com Pulgar.
A verdade é que, comparando com o amplo domínio nos 45 minutos iniciais, o segundo tempo foi mais equilibrado. O Flamengo dosou, segurou e controlou a partida pensando também na parte física e com o objetivo de dar ritmo a outros atletas. Cebolinha saiu do banco aos 23 minutos após Michael deixar o gramado depois de uma lesão na coxa.
As peças de ataque fizeram o Flamengo retomar o volume ofensivo, mas foi só no apagar das luzes que balançou a rede novamente. Wesley foi um dos melhores da partida e foi coroado com uma "assistência" a Cebolinha.
O lateral arrancou da intermediária e arriscou um passe para Plata, mas a zaga do Vasco rebateu e sobrou de novo para ele, que achou o camisa 11. Cebolinha abriu, chutou de fora da área e acertou um golaço no ângulo de Léo Jardim. O gol carimbou o resultado que deu a classificação às semifinais do Carioca.
Gritos de "Olé" foram ouvidos nas arquibancadas do Maracanã e trouxeram à tona uma atuação que mostrou que o Flamengo de Filipe Luís segue à risca o roteiro rumo ao protagonismo na temporada.