A vegetação do entorno do Morro do Cristo Redentor, em Mimoso do Sul, na região Sul do Espírito Santo, pegou fogo na segunda-feira (18). De acordo com o Corpo de Bombeiros, a fumaça e a fuligem incomodaram moradores de vários bairros da região no fim da tarde e noite e após oito horas de trabalho, as chamas foram contidas e não houve vítimas.
Alguns moradores, que não quiseram se identificar, acusam dois rapazes de terem colocado fogo no local propositadamente, enquanto fumavam cigarros. A informação, no entanto, não foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que revelou que as causas não foram apuradas, mas que informalmente foi essa informação que se ouviu de testemunhas.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, a equipe do Posto Avançado de Mimoso do Sul foi acionada para conter dois focos de incêndio simultâneos. Um no Morro do Cristo e outro no bairro Itapuã, que são distantes. Cerca de 48 mil metros quadrados foram devastados pelas chamas.
Uma moradora do bairro Serrano, que pediu para não ter o nome divulgado, estava irritada com os incêndios frequente que levam fuligem e fumaça para todas as casas da região.
"Esse povo não tem o que fazer. Fica colocando fogo. Aqui em casa está insuportável. Acho que chegou aqui perto do campo. A fumaça está terrível. Parece que é no quintal de tão forte. Não sou de reclamar, mais está demais", afirmou.
Segundo ela, que tem crianças em casa. à noite a sensação é de que a fumaça abaixa e tudo fica muito pior. "Temos que rezar para chover e apagar o fogo de todos", reforçou.
O fotógrafo Beto Barbosa é outro que reclama dos incêndios frequentes na região. Disse que foi para a academia e quando voltou para casa encontrou tudo tomado pela fuligem.
"Foi impossível ficar em casa sem limpar tudo antes de dormir" relatou.
Ele lamentou que os moradores não sigam as orientações do Corpo de Bombeiros em relação a colocar fogo em vegetação em período de seca.
"Esse povo só vai parar quando acontecer uma tragédia maior", enfatizou.
Em nota enviada à reportagem, o Corpo de Bombeiros orientou para que nesse período, quando a umidade relativa do ar é muito baixa, as pessoas tenham cuidado dobrado no que diz respeito ao fogo porque esta é uma época propícia para que as chamas se alastrem.
"Isso gera um fogo descontrolado e complexo, difícil de combater, até mesmo porque muitas vezes acontece em locais de acesso ruim, sendo necessário o uso de muitos recursos materiais e humanos, causando transtorno a todos, e causando prejuízos à saúde, além de perdas ambientais e físicas", disse o comunicado.
Apesar das muitas reclamações de desconforto respiratório, o número de atendimentos por síndrome respiratória no Hospital Apóstolo Pedro, em Mimoso do Sul, não apresentou alterações, segundo a prefeitura.