Não dá mais para chamar o aparelho de "telefone celular". Afinal, o "telefone" nem é mais a função principal. Nossa vida inteira está, ou passa, pelo smartphone. Inclusive nossa carteira. Sabendo disso, golpistas se aproveitam para desenvolver métodos de acesso aos aplicativos bancários e carteiras virtuais. O mais novo é o golpe chamado de "mão fantasma", em que a vítima vê, em tempo real, suas contas sendo esvaziadas.
Funciona assim: os bandidos entram em contato com a vítima por telefone e soltam uma gravação de uma central telefônica real para simular uma transferência da ligação. A partir daí, a pessoa passa a falar com um integrante da quadrilha, que se passa por funcionário do banco, alegando que houve uma movimentação duvidosa na conta, como uma compra suspeita, por exemplo.
Os bandidos, ainda se passando por atendentes, informam que vão enviar um link para o download de um aplicativo ou atualização de segurança. E é por esse link que eles conseguem o acesso remoto ao aparelho e, em sequência, aos aplicativos bancários. Usando a conta das vítimas, eles fazem transferências, pagam contas e boletos, solicitam empréstimos, entre outras operações que podem estar disponíveis na conta da vítima.
O link pode vir por outro caminho, como e-mail, SMS ou via aplicativos de mensagem. Porém quem cai no golpe tem o mesmo destino: a conta limpa e, possivelmente, a vida financeira arruinada pelos bandidos.
O consultor de tecnologia da informação Lucas Perdigão lembra que a maioria dos golpes usa a mesma estratégia, a chamada fishing ou "pescaria", em tradução literal. Os golpistas elaboram uma espécie de isca para ter acesso às contas bancárias das vítimas.
"Eles se passam por funcionários do bancos, empresas de cartão de crédito, financeiras, entre outras, e sempre têm uma informação mentirosa para preocupar a vítima, como um suposto acesso suspeito ou compra suspeita. Assim, eles conduzem a pessoa a passar informações pessoais ou clicar em algum link malicioso", explicou Perdigão.