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Pílula antirressaca

Pílula que combate a ressaca vai ser vendida no Brasil


Uma "pílula antirressaca" deve chegar ao País até o fim do ano. O produto começou a ser comercializado no Reino Unido em julho. A pílula promete quebrar o álcool no intestino antes que ele chegue ao fígado, reduzindo assim a metabolização da substância e a quantidade na corrente sanguínea.


Sabrina França: enzima

A endocrinologista Sabrina França explica que, como uma de suas funções, o fígado é responsável por eliminar as substâncias consideradas tóxicas para o organismo, como o álcool. "O problema é que o fígado não tem uma enzima específica para eliminar o álcool. Ele transforma o álcool em acetaldeído, que é ainda mais tóxico do que o álcool e causa os sintomas da ressaca".

Para evitar mal-estar, náuseas e dores de cabeça – sintomas da ressaca –, a dose indicada é de duas pílulas antes da bebida alcoólica, segundo informou a empresa sueca De Faire Medical, fabricante da pílula Myrkl.

A empresa afirmou, ao Globo, que está "lançando (a pílula) no Brasil nos próximos três meses, mas a data exata ainda não está confirmada".


A gastroenterologista e hepatologista Karoline Amancio explica que a chamada "pílula antirressaca" é um composto de probióticos e aminoácidos, que passou por um estudo piloto e com um número pequeno de pacientes.

A médica destaca que foram avaliados apenas 24 pacientes, que eram jovens e saudáveis, sem nenhuma outra doença de base ou fator de risco, e tomaram a pílula duas vezes por dia, uma semana antes da oferta de uma dose relativamente baixa de bebida alcoólica.

"Logo após a ingestão do equivalente a uma dose e meia de bebida alcoólica, observou-se a redução em 70,3% dos níveis de álcool no sangue, comparado às pessoas que não tomaram esse suplemento (grupo placebo). Mas, foi apenas isso que foi avaliado. Não podemos tirar conclusões a longo prazo e nem afirmar que não terá efeito maléfico para o fígado", ressalta.


A hepatologista alerta ainda que não se pode afirmar que a pílula irá impedir a ressaca, além dos riscos da venda do produto.

"O maior risco de um estudo mal interpretado e a ingestão inadvertida dessa pílula é o estímulo de um consumo cada vez maior de álcool, trazendo a falsa impressão de que as pessoas não vão se embriagar e não terão os efeitos colaterais do uso abusivo do álcool".

A gastroenterologista Karoline Amancio afirma que ainda não é possível prever os riscos da pílula


Saiba mais


Pílula

Fonte: O Globo e médicos consultados.

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