Algumas cidades do ES, como Vitória, Castelo, Venda Nova do Imigrante e Afonso Cláudio, já têm leis que proíbem o cultivo da planta, conhecida como bisnagueira
Um assunto que ganhou repercussão nas últimas semanas e que chegou até a Assembleia Legislativa do Espírito Santo foi a existência no Estado de uma árvore que seria uma espécie de "assassina de abelhas". Ela é conhecida popularmente como mijinho, mijadeira, bisnagueira ou chama-da-floresta.
LEIA TAMBÉM: Motorista perde controle da direção e carro fica destruído após acidente em Vitória
Algumas cidades do Estado, como Vitória, Castelo, Venda Nova do Imigrante e Afonso Cláudio, já têm leis que proíbem o cultivo da planta, e agora seguem com iniciativas para que árvores que possuem as flores sejam cortadas.
A planta espatódea, da espécie "Spathodea Campanulata", popularmente conhecida como tulipeira-africana, tem flores vermelhas com tons alaranjados e costuma ser usada em parques, nos centros urbanos e também no interior.
LEIA TAMBÉM: Prefeito de Jaguaré recebe visita de executivo do Banco do Nordeste
"Essa espécie carrega um problema sério, que é o seu néctar ser tóxico a certos insetos, principalmente abelhas, o que torna essa planta um perigo para o meio ambiente", disse o biólogo.
Nas últimas semanas têm circulado notícias de que o número de abelhas no mundo tem diminuído e esse é um dado que tem causado muita preocupação aos ambientalistas.
"Termos nas nossas cidades uma planta que tem a capacidade de matar esses insetos é algo preocupante, pois atrapalha o processo de recuperação das populações de abelhas, visto que temos registro de até mesmo as abelhas sem ferrão sofrendo com o seu néctar", disse o biólogo.
Ele ressaltou a importância e ampliação do debate sobre a preservação do meio ambiente, já que parte do paisagismo urbano atual é composto por diversas plantas exóticas, trazidas do exterior. E não são todas elas boas para a conservação dos nossos biomas.
"Atualmente, um grande problema que tem se visto quando falamos sobre preservação da natureza é exatamente a introdução de espécies exóticas. Pensando num ponto de vista mais amplo sobre conservação, pode ser que a retirada de uma espécie que tem prejudica a fauna e flora nativa local, seja uma alternativa necessária para a preservação da fauna e da flora. Nós, brasileiros, temos o privilégio de morar em um país onde existe uma ampla biodiversidade de espécies de árvores", disse o biólogo.
LEIA TAMBÉM | "Doguinhos de elite": vídeo mostra crescimento dos futuros cães farejadores da PM
Segundo o PL, as mudas que já foram produzidas devem ser descartadas, de acordo com normas técnicas. As árvores cortadas devem ser substituídas por plantas nativas da fauna local. Se estiver em terreno particular o corte é de responsabilidade do proprietário.
A deputada relatou que está constantemente em contato com apicultores do Estado e elaborou o projeto atendendo a uma demanda dos produtores.
"Aqui no Estado tem uma cadeia produtiva do mel significativa e nós precisamos fortalecer nossos apicultores. Temos ainda as abelhas sem ferrão, que produzem mel de altíssima qualidade e são ainda mais sensíveis a essa contaminação pela planta. É uma planta que compromete a produção do mel, já que é tóxica para as abelhas", alerta a deputada.
A partir do momento em que o projeto de lei é aprovado, cabe à secretaria de governo do Estado responsável fazer a regulamentação da lei e definir de que forma o trabalho será feito.