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Árvore "assassina de abelhas" pode ser proibida no ES; entenda

Algumas cidades do ES, como Vitória, Castelo, Venda Nova do Imigrante e Afonso Cláudio, já têm leis que proíbem o cultivo da planta, conhecida como bisnagueira

Por Regional ES em 21/04/2024 às 11:12:16

Foto: Reprodução redes sociais

Um assunto que ganhou repercussão nas últimas semanas e que chegou até a Assembleia Legislativa do Espírito Santo foi a existência no Estado de uma árvore que seria uma espécie de "assassina de abelhas". Ela é conhecida popularmente como mijinho, mijadeira, bisnagueira ou chama-da-floresta.

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Algumas cidades do Estado, como Vitória, Castelo, Venda Nova do Imigrante e Afonso Cláudio, já têm leis que proíbem o cultivo da planta, e agora seguem com iniciativas para que árvores que possuem as flores sejam cortadas.

A planta espatódea, da espécie "Spathodea Campanulata", popularmente conhecida como tulipeira-africana, tem flores vermelhas com tons alaranjados e costuma ser usada em parques, nos centros urbanos e também no interior.

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Segundo o biólogo, mestre e doutorando em fisiologia vegetal pela UFES, João Zanardo, a planta é uma espécie arbórea classificada como invasora aqui no Brasil, mas devido ao seu apreço em projetos paisagísticos, ela é amplamente utilizada em áreas urbanas, principalmente por suas flores.
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Foto: João Zanardo
João Zanardo, Biólogo
"Essa espécie carrega um problema sério, que é o seu néctar ser tóxico a certos insetos, principalmente abelhas, o que torna essa planta um perigo para o meio ambiente", disse o biólogo.




Nas últimas semanas têm circulado notícias de que o número de abelhas no mundo tem diminuído e esse é um dado que tem causado muita preocupação aos ambientalistas.

"Termos nas nossas cidades uma planta que tem a capacidade de matar esses insetos é algo preocupante, pois atrapalha o processo de recuperação das populações de abelhas, visto que temos registro de até mesmo as abelhas sem ferrão sofrendo com o seu néctar", disse o biólogo.

Ele ressaltou a importância e ampliação do debate sobre a preservação do meio ambiente, já que parte do paisagismo urbano atual é composto por diversas plantas exóticas, trazidas do exterior. E não são todas elas boas para a conservação dos nossos biomas.

Ele recomenda que sejam utilizadas árvores de espécies nativas dos biomas brasileiros nas áreas urbanas, em vez de introduzir espécies de outros continentes no país.
"Atualmente, um grande problema que tem se visto quando falamos sobre preservação da natureza é exatamente a introdução de espécies exóticas. Pensando num ponto de vista mais amplo sobre conservação, pode ser que a retirada de uma espécie que tem prejudica a fauna e flora nativa local, seja uma alternativa necessária para a preservação da fauna e da flora. Nós, brasileiros, temos o privilégio de morar em um país onde existe uma ampla biodiversidade de espécies de árvores", disse o biólogo.

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Projeto de lei na Assembleia

Segundo o PL, as mudas que já foram produzidas devem ser descartadas, de acordo com normas técnicas. As árvores cortadas devem ser substituídas por plantas nativas da fauna local. Se estiver em terreno particular o corte é de responsabilidade do proprietário.

A deputada relatou que está constantemente em contato com apicultores do Estado e elaborou o projeto atendendo a uma demanda dos produtores.

"Aqui no Estado tem uma cadeia produtiva do mel significativa e nós precisamos fortalecer nossos apicultores. Temos ainda as abelhas sem ferrão, que produzem mel de altíssima qualidade e são ainda mais sensíveis a essa contaminação pela planta. É uma planta que compromete a produção do mel, já que é tóxica para as abelhas", alerta a deputada.

A partir do momento em que o projeto de lei é aprovado, cabe à secretaria de governo do Estado responsável fazer a regulamentação da lei e definir de que forma o trabalho será feito.

Fonte: Folha Vitória

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