As duas doenças apresentam sintomas muito parecidos e são transmitidas por mosquitos. Conheça as diferenças e saiba como se prevenir
Já são 12 os casos positivos para a Febre Oropouche no Espírito Santo. A circulação do vírus em terras capixabas foi confirmada na terça-feira (23), quando a secretaria de estado da saúde (Sesa-Es), na ocasião, anunciou 8 casos da doença.
Do total, a maioria foi identificada em Colatina: 6, Vitória: 2, Sooretama: 2, Sooretama: 1 e São Gabriel da Palha: 1. O subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, informou que a doença não apresenta letalidade até o momento. Além disso, apresenta sintomas muito parecidos com os da dengue.
"É uma doença que não apresenta letalidade, até o momento, e tem sintomas muito parecidos com os da dengue – febre, dor no corpo e dores nas articulações. É essencial o diagnóstico laboratorial para um acompanhamento efetivo dos casos, bem como as ações de vigilância epidemiológica municipais para monitoramento da situação", destacou.
As duas doenças são causadas por um arbovírus e transmitidas por mosquitos. Porém, os vetores são diferentes: o Aedes aegypti que transmite a dengue, zyka e chikungunya e o conhecido popularmente por "maruim" ou "mosquito pólvora".
As manifestações clínicas são bastante parecidas. Veja:
- Febre de início súbito;
- Cefaleia (dor de cabeça);
- Mialgia (dor muscular);
- Artralgia (dor articular).
- Dor retro-ocular;
- Calafrios;
- Fotofobia;
- Náuseas;
- Vômitos.
Os casos agudos de OROV evoluem com febre de início súbito, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor muscular) e artralgia (dor articular). Outros sintomas como tontura, dor retro-ocular, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados.
Casos com acometimento do sistema nervoso central (por exemplo, meningite asséptica e meningoencefalite), especialmente em pacientes imunocomprometidos, e com manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia) podem ocorrer.
Os sintomas duram de 2 a 7 dias, com evolução benigna e sem sequelas, mesmo nos casos mais graves. Não há relatos de óbitos associados à infecção pelo OROV.
As picadas do vetor costumam causar bastante incômodo e reações alérgicas. Não existe tratamento específico para a doença. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.
Segundo Orlei, a Sesa já está orientando os profissionais de saúde para ficarem em alerta.
"Vale lembrar que pode haver coinfecção, ou seja, o paciente pode ser infectado por mais de um vírus, como o da dengue e o da Febre do Oropuche ao mesmo tempo. Sabemos, inclusive, que no ano passado foram identificados 16 casos de pessoas que positivaram para Dengue1 e Dengue2 de uma só vez".
"A orientação é para que ao coletar o material de um caso suspeito ou positivo para a dengue também seja avaliada a Febre do Oropuche. Para isso, é fundamental encaminhar essas amostras para o Lacen. O RT-PCR é o único capaz de identificar eficientemente a doença".
Prevenção
O maruim vive em áreas urbanas e rurais. Diferente do Aedes aegypti, se desenvolve em meio a matérias orgânicas presentes, por exemplo, em regiões de mangue e vegetação. Portanto, a larva não precisa de água, mas sim de lama e folhas úmidas apodrecidas.
Manter os ambientes secos e limpos, usar repelentes, calças e blusas de manga comprida ajudam a manter o mosquito afastado.