A farmacêutica é alvo de uma ação coletiva onde 51 famílias pedem indenizações que podem chegar até 100 milhões de libras, ou cerca de R$ 650 milhões
A farmacêutica AstraZeneca começou a retirar de circulação em todo o mundo a vacina contra a covid-19. A informação foi divulgada nesta terça-feira (7) pelo jornal britânico The Telegraph.
Segundo o periódico, o aviso chegou alguns meses depois de a farmacêutica ter admitido em documentos judiciais que o imunizante pode desencadear a chamada síndrome da trombose com trombocitopenia (STT), efeito considerado "perigoso e raro".
Ao jornal, a empresa enviou uma nota em que afirma que a decisão foi somente comercial, uma vez que a vacina ficou ultrapassada, diante das cepas novas que foram surgindo ao longo dos anos.
A STT é uma condição classificada como muito rara. Caracterizada por trombose, ou seja, a formação de coágulos sanguíneos e associada com trombocitopenia, que é a baixa contagem de plaquetas no sangue, pode desencadear coágulos sanguíneos potencialmente fatais.
A farmacêutica é alvo de uma ação coletiva onde 51 famílias pedem indenizações que podem chegar até 100 milhões de libras, ou cerca de 650 milhões de reais. As famílias relataram à Justiça casos envolvendo mortes ou ferimentos graves. Já a empresa argumenta que a STT tem outras causas mais prováveis.
A AstraZeneca afirmou por meio de nota enviada ao site UOL que tal efeito colateral já é conhecido desde 2021.
Veja nota.
"Nossa solidariedade vai para qualquer pessoa que perdeu entes queridos ou relatou problemas de saúde. A segurança dos pacientes é a nossa maior prioridade e as autoridades reguladoras têm normas claras e rigorosas para garantir a utilização segura de todos os medicamentos, incluindo vacina".
No Brasil, a recomendação da vacina foi atualizada há pouco mais de dois anos (dezembro de 2022) quando o Ministério da Saúde atualizou a indicação do imunizante para o público a partir dos 40 anos de idade, uma vez que o efeito advrso foi identificado na faixa etária anterior.