A posse do novo superintendente da Polícia Federal no Estado, Márcio Magno Carvalho Xavier, na manhã desta quarta-feira (29), foi bastante concorrida, contando com a presença de representantes de diversas instituições e Poderes – entre eles o governador Renato Casagrande (PSB) e o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos).
O delegado federal, que veio de Sorocaba (SP), elogiou o seu antecessor – o atual secretário de Segurança Pública, Eugênio Ricas, que compôs a mesa de autoridades – e prometeu em seu pronunciamento ampliar o trabalho de prevenção, de integração e operações policiais da instituição.
"Eu vou me empenhar muito para aumentar a atuação na prevenção, e não só na repressão. Prevenção no tocante ao tráfico de drogas. Aqui, a superintendência já vem, de longa data, fazendo um trabalho de prevenção excepcional nas escolas. Entre 2022 e 2022 passaram pela superintendência mais de 22 mil alunos, recebendo conhecimento por meio de palestras sobre entorpecentes, pedofilia Então, é um programa que pretendo manter", disse Magno.
Além disso, ele prometeu implantar um novo programa, chamado "#TamoJunto 2.0", que é baseado em estudos da União Europeia e também voltado para a prevenção, tendo como público-alvo jovens e estudantes.
Embora tenha enfatizado as ações de prevenção, o novo chefe da PF-ES disse também que vai ampliar o número de operações policiais principalmente contra o tráfico de drogas, de armas, contrabando, pedofilia, crimes ambientais e desvio de recursos públicos.
Para isso, ele disse que contará com a integração entre a Polícia Federal e outras forças de segurança, além de representantes de outros Poderes, tais como o Judiciário e o Ministério Público, entre outros. "Para combater a criminalidade eu espero poder continuar contando com o apoio de todos os demais órgãos de segurança pública".
A Ficco – a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado –, comandada pela Polícia Federal e que já conta com as polícias estaduais e Guardas Municipais da Grande Vitória – será fortalecida, segundo Magno, que quer contar também com a colaboração de integrantes do Poder Executivo e Legislativo, além dos órgãos federais.
Magno também se comprometeu a combater eventuais desvios éticos dentro da Corporação. Até porque ele já atuou, dentro da PF, em Corregedorias e, inclusive, investigou a atuação de agentes federais no âmbito da operação Lava-Jato, conforme a coluna já noticiou (veja detalhes aqui).
Em sua vez de discursar, o governador Renato Casagrande (PSB) elogiou o trabalho da Polícia Federal no Estado, enfatizou a queda do número de homicídios – que no ano passado ficou abaixo dos mil assassinatos – e disse que os resultados são também fruto da parceria com a instituição.
Ele exaltou o trabalho da PF principalmente na defesa das instituições e da democracia. "Nós queremos ser exemplo de uma sociedade que cultive a paz. E é bom ver como a PF e as instituições resistiram nesse País, saber que cumprem um papel fundamental, significativo em defesa da democracia brasileira. O trabalho que o diretor Andrei desenvolve, que o ministro Dino, o ministro Lewandowski desenvolvem, de colocar uma ação em prática para que a PF seja uma força guardiã das instituições e que defenda a democracia".
O discurso foi endossado pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, que veio ao Estado para participar da posse. Ele fez uma defesa enfática da atuação da Polícia Federal sem interferências indevidas ou políticas.
"As dificuldades e adversidades são muitas, mas transponíveis quando temos assegurada a possibilidade de realizar o nosso trabalho de forma técnica, correta, convicta e sem interferências indevidas. Trabalhamos para que a instituição resista ao tempo e as intempéries, que seja um porto seguro do Estado Democrático de Direito. A espetacularização de ações, personalização de operações, os desvios e iniciativas por motivações políticas, assim como a desvalorização dos servidores não se amoldam a uma polícia de Estado", disse o diretor-geral.
E continuou com um discurso contundente de combate às fake news:
"Nunca a firmeza, a lisura, a transparência das ações da Polícia Federal e das demais instituições democráticas foram tão importantes como nesses tempos em que há método na disseminação em massa de mentiras e uma instrumentalização criminosa de provedores de redes sociais e serviços de mensagem. Temos como obrigação lutarmos com todas as nossas forças contra a normalização desse estado de coisas, assim como não podemos deixar jamais que o crime e a impunidade sejam aceitos como intrínsecos à nossa sociedade", disse Andrei.
Está entre os planos do novo superintendente criar um grupo para atuar durante as eleições e combater informações falsas. Há um planejamento, em andamento, para a criação desse grupo após reunião, que ainda será marcada, com os órgãos envolvidos nas eleições.
Magno Xavier é formado em Direito, tem pós-graduação em Direito Processual Civil e MBA em Direito Empresarial. Já atuou em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Amazonas. Antes de vir para o Estado, estava à frente da Delegacia da Polícia Federal de Sorocaba (SP).
Tem cursos, de fora do País, na área de combate ao crime organizado transnacional e já fez treinamento no FBI – agência de inteligência e segurança dos Estados Unidos.
Entre 2016 e 2017 atuou na Corregedoria-Geral da Polícia Federal e investigou supostas fraudes cometidas no escopo da Operação Lava-Jato, que culminou com a prisão do presidente Lula.
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