Destaque operação deflagrada

Herança de mortos: entenda como era esquema de corrupção de juízes e advogados no ES

Dentre os pontos que chamaram a atenção dos investigadores está o fato de nenhum dos envolvidos residirem na cidade onde ações eram abertas

Por Regional ES

02/08/2024 às 06:17:49 - Atualizado há
Foto: divulgação/ tjes

Juízes, advogados e outros investigados foram alvo de uma operação deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo nesta quinta-feira (1º). A ação apura possível esquema de corrupção para tomar herança de mortos.

Segundo provas colhidas pelo Ministério Público do Espírito Santo, os investigados integrariam uma organização criminosa com tarefas e atividades delimitadas, "em dinâmica caracterizada pelo 'padrão' de mecanismos fraudulentos".

O grupo localizava pessoas falecidas sem herdeiros e com valores consideráveis em contas bancárias, e ajuizava ações na Comarca de Barra de São Francisco, no Noroeste do Espírito Santo.

Dentre os pontos que chamaram a atenção dos investigadores está o fato de nenhum dos envolvidos residirem na cidade capixaba.

Como funcionava o esquema

Os investigados, segundo o documento ao qual a reportagem teve acesso, faziam contratos indicando supostos acordos jurídicos com cláusula de confidencialidade com foro em Barra de São Francisco. Somente os advogados assinavam os acordos.

"Feito bloqueio judicial dos valores depositados na conta do falecido e havendo manifestação de interessados, o exequente não se manifestava a respeito e por via de consequência, ocorria a extinção do processo", diz o documento.

Em seguida homologado, peticionavam nos autos informando o "descumprimento" do acordo entabulado pela parte executada e solicitavam a liberação dos valores bloqueados.

Entenda o caso

Dois juízes do Espírito Santo estão entre os alvos de uma ação da Justiça nesta quinta-feira (1º). Os magistrados e outros advogados são investigados pelo MPES por possíveis crimes ligados a uma organização criminosa.

Segundo apurou o Folha Vitória, os juízes alvos da ação são Mauricio Camatta Rangel e Bruno Fritoli Almeida. Bruno foi encaminhado ao presídio militar do Quartel do Comando-Geral (QCG).


Os nomes dos advogados e outros investigados na ação não foram divulgados.

Associação dos Magistrados acompanha o caso

A Associação dos Magistrados do Espírito Santo informou por meio de nota que "todos os magistrados são submetidos às mesmas normas e procedimentos que qualquer cidadão", e que "os juízes estão sendo assistidos pela comissão de prerrogativa da associação".

Fonte: Folha Vitória
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