A primavera está chegando e, com ela, a esperança da volta das chuvas para boa parte do país. A estação é considerada de transição, ou seja, fica entre o seco inverno brasileiro e o úmido verão. Além disso, segundo o Climatempo, a primavera significa aumento gradual da temperatura.
As pancadas de chuva à tarde e à noite vão ficando cada vez mais frequentes e generalizadas à medida que a atmosfera vai ganhando umidade e a circulação de vento sobre a América do Sul distribui esse ar úmido pelo Brasil.
A passagem de frentes frias pelas costas do Sul e do Sudeste são comuns e alguns sistemas ainda podem ter intensidade moderada a forte, causando um resfriamento bastante acentuado, mas por poucos dias.
A atuação de massas de ar frio de origem polar sobre o Brasil na primavera é mais comum na Região Sul, em partes do Sudeste, com menos frequência em partes da Região Centro-Oeste e raramente conseguem provocar friagens na Região Norte. Algumas frentes frias atípicas podem ter força para aumentar a chuva na Bahia. Os meses de primavera Climatologicamente são os mais quentes do ano na maioria das áreas do Centro-Oeste, do Sudeste e Nordeste.
O meteorologista do Climatempo, Vinícios Lurycio, fala um pouco sobre o que esperar para a próxima estação. Confira:
Está confirmada a formação de um novo La Niña na primavera?
Houve um incremento na chance de La Niña, segundo a última projeção do IRI/CPC. Agora, há 81% de chance de ocorrência do fenômeno no trimestre outubro-novembro-dezembro e 83% para o trimestre novembro-dezembro-janeiro. Portanto, deveremos ter a instalação do fenômeno, especialmente ao longo de outubro. O resfriamento também aumentou nas últimas semanas, em especial nas porções a leste do Pacífico Equatorial.
Quando o Brasil começará a sentir os efeitos do fenômeno?
Logo no início, pois o resfriamento, mesmo que lento, já ocorre há alguns meses.
Como esse fenômeno vai influenciar a temperatura e a chuva no Brasil?
Ocorrerá um maior espaçamento entre os eventos de tempo severo no Sul durante a primavera, mesmo que, quando ocorrerem, sejam intensos; redução dos volumes de chuva com desvios negativos na segunda metade da primavera em especial no Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina. Frentes frias serão mais frequentes, algumas continentais e muitas marítimas. A partir de dezembro, podem ficar estacionárias na altura do Rio de Janeiro, favorecendo a formação de grandes corredores de umidade. Maiores variações térmicas no Centro-Sul, principalmente no leste do Sul do país, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. Maior propensão a ondas de calor no oeste da Região Sul. Chuvas acima da média na Região Amazônica.
Ondas de calor poderão acontecer na primavera tão intensas e prolongadas como a do ano passado?
Tão ou mais intensas e tão prolongadas quanto em 2023, mas com atuação mais limitada a partir de novembro. Há maior risco no Pará, Tocantins, norte de Goiás e Nordeste.
Faltou o frio neste inverno. Teremos ondas de frio fortes nesta primavera? Quando isso poderia acontecer e quais regiões seriam afetadas pelo frio tardio?
Com mais frentes frias passando, aumenta a chance de termos frio tardio na primavera, especialmente entre outubro e novembro. Há possibilidade de frio intenso nas áreas mais altas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul durante alguns dias, e períodos amenos e frios no leste do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro.
Quando se espera o retorno das pancadas de chuva frequentes e generalizadas sobre o Brasil?
A partir do início de outubro em Rondônia, oeste do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. A partir da segunda metade de outubro, no centro-sul do Mato Grosso, restante do Mato Grosso do Sul, norte do Paraná e centro-sul de São Paulo. A partir do início de novembro, no norte e leste de São Paulo, sul de Goiás, Triângulo Mineiro, sul de Minas Gerais e sul do Rio de Janeiro. A partir da segunda quinzena de novembro, no centro-norte de Goiás, Distrito Federal, norte de Minas Gerais, nordeste do Mato Grosso. A partir do começo de dezembro, no Tocantins, oeste e sul da Bahia e centro-sul do Pará. Amazônia já com chuvas acima da média a partir da segunda quinzena de outubro.
Qual a expectativa do volume de chuva para a primavera no país?
Abaixo da média no Paraná, Tocantis, leste do Amazonas, norte de Goiás e todo o Nordeste. Um pouco acima da média entre o Amazonas, Acre, Rondônia, sul/oeste do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, norte do Paraná e São Paulo. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, um pouco abaixo da média.