Familiares registraram ocorrência contra o Himaba por negligência
"O perdemos por covardia e não vai ficar impune". Foi com essa frase que o terapeuta Kobert Belo pediu justiça pela morte do sobrinho, o estudante Kevinn Belo Tomé da Silva, de 16 anos, ocorrida na madrugada do último sábado.
O jovem, que morava em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado, veio transferido para o Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, mas morreu dentro de uma ambulância após esperar cerca de quatro horas por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Kobert contou que o adolescente o "considerava um pai". As lembranças do tio remetem a um garoto "alegre, alto astral. Um menino que contagiava as outras pessoas com seu coração bondoso, amoroso e muito cordial".
O tio contou, ainda, que Kevinn caminhava para ser profissionalizar no futebol, seu esporte preferido. "Já era capitão do time".
Ele afirmou ainda que o sobrinho era um jovem saudável e que passou mal do nada. O terapeuta contou também que sua irmã, a Keila, esteve no Pronto Atendimento Paulo Pereira Gomes, onde o adolescente recebeu os primeiros atendimentos para buscar os prontuários médicos.
Polícia
Depois de confirmarem a morte garoto, a família e registrou ocorrência contra o Himaba por negligência na 1ª Delegacia Regional de Vitória, ainda no sábado.
A investigação segue em andamento na Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Vila Velha. Por meio de nota, a Polícia Civil disse: "As médicas que estavam no plantão (duas profissionais) já foram identificadas e prestarão depoimento em momento oportuno. Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada".
Existe uma expectativa de que as duas médicas, que foram afastadas das atividades para apurar o caso, sejam ouvidas ainda nesta semana.
A advogada da família do jovem, Fayda Belo, começou hoje a analisar o inquérito policial que foi instaurado para investigar o caso. Amanhã, ela continua as análises para, posteriormente, avaliar quais as medidas jurídicas que serão adotadas.
*Clóvis Rangel / De Paula Comunicação