Cerca de 200 agricultores já acumulam prejuízos. Os consumidores devem sentir em breve os reflexos deste prejuízo nos hortifrútis
A massa de ar polar e a passagem de uma frente fria pelo Espírito Santo preocupam os produtores rurais. O motivo são as baixas temperaturas que têm castigado as plantações e deixado prejuízos.
A plantação de feijão do Sandro Lauret, produtor rural da região, foi bastante afetada por uma geada. "Estava muito frio, o sereno congelou. O gelo queimou a roça de feijão", contou.
"Fiz um investimento, mas com essa geada veio... Acontecer de queimar desse jeito só há 30 ou 40 anos. Tem muitos anos que isso não acontece", lembrou.
Em Venda Nova do Imigrante, os cerca de dez mil pés morango que, em condições normais produzem 500kg da fruta por semana, agora não passam de 100kg semanais. Para piorar a situação do produtor rural Vitor Rangel, parte do que é colhido não dá nem pra ser comercializado.
"O frio deixa ele mais molhado, mais enrugado. Ele não tem o tempo necessário para ir gôndola do supermercado para ser vendido", explicou.
A solução encontrada pelo Vitor, no entanto, não pode ser adotada por todos os produtores na região. Cerca de 200 agricultores já acumulam prejuízos.
"Minha produção de banana foi 100% de prejuízo, em 40 mil plantas, e a produção de café 50% para o que estava previsto para o próximo ano", lamentou.
De acordo com o subgerente de rastreabilidade da Ceasa, Marcos Magalhães, o tempo frio até favorece algumas culturas, mas outras plantações podem ser impactadas, o que leva a diminuição da oferta.
"A banana, o abacaxi, o mamão, a laranja, o limão, todas as frutas tropicais gostam de calor. O fruto começa a não evoluir, ele não cresce e não desenvolve. Como a oferta não atende a demanda, isso acaba encarecendo mais o produto", disse.
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record TV.