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Famílias acampam há mais de dois meses na Prefeitura de Vitória

Integrantes de movimento ocupam área de acesso ao prédio de administração da Capital e querem ser incluídos em projetos de moradia social; barracas e roupas penduradas em corrimões da fachada chamam a atenção de quem passa no local

Por Regional ES

26/06/2022 às 08:18:09 - Atualizado há
Foto: Folha Vitória

Um acampamento com 12 barracas camping tem chamado a atenção de quem passa em frente à sede da Prefeitura Municipal de Vitória, na Avenida Beira-Mar. Há mais de dois meses, 11 famílias do coletivo Ocupação Chico Prego reivindicam moradia, acampando no local, inclusive pendurando roupas nos corrimões da fachada da prefeitura. Elas foram para lá após serem despejadas por uma ordem judicial de uma escola no bairro do Romão.

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No local estão 36 pessoas, entre adultos, idosos e crianças. A maioria dos ocupantes está desempregada e fazem o movimento para pressionar a prefeitura por moradia.


Uma das pessoas no acampamento é Rafaela Regina Caldeira, coordenadora estadual do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) no Espírito Santo. Com dois filhos e desempregada, ela diz que o acampamento foi montado em 8 de abril, ainda quando ocupavam a escola. Com a reintegração de posse, uma parte do grupo preferiu ir para casa de parentes. Os que insistiram foram para a frente da prefeitura. Eram 21 famílias originalmente.

Movimento já ocupou outros locais nos últimos cinco anos

As famílias da Ocupação Chico Prego já possuem um histórico de cinco anos de mobilização por moradia em Vitória. Já participaram da ocupação da Fazendinha, no bairro Grande Vitória, no final de 2016. De lá, seguiram para ocupar a Casa do Cidadão, em Maruípe.

Sem uma solução na época, ocuparam o prédio do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (Iapi), na Praça Costa Pereira, no Centro. O bairro se transformou no local de referência de grupos mobilizados por moradia popular.

Após o fim do prazo e término do benefício, as famílias não tiveram mais condições de se manter e deixaram o local.

Em setembro de 2021, elas ocuparam a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Irmã Jacinta Soares de Souza Lima, no Morro do Romão, desativada desde 2013.

A Prefeitura de Vitória entrou com um processo de reintegração de posse ainda em outubro. A decisão judicial saiu em abril. Paralelamente, a prefeitura deu ordem de serviço para reforma da escola. Desde o dia 29 de abril, o coletivo Chico Prego mudou de endereço indo acampar na sede do Executivo municipal.

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O que diz a Prefeitura de Vitória

Outras duas famílias possuem residência, segundo a prefeitura, e já haviam sido beneficiadas pela política habitacional.

A nota enviada diz ainda que servidores do Sine Vitória realizaram uma ação para cadastramento de trabalhadores e para divulgação dos serviços do órgão na portaria principal da Prefeitura. Duas mulheres aceitaram fazer o cadastro e receberam encaminhamento para vagas oferecidas por um supermercado da Capital.

Também ressalta que os ocupantes não podem ser encaminhados aos abrigos municipais por não atenderem ao perfil dos atendidos. A prefeitura informa, também, que eles já estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico).

Conclui dizendo que a atual gestão de Vitória realiza um intenso trabalho para garantir moradia digna para os munícipes.

"A gestão iniciou um grande programa de regularização fundiária na cidade, por meio do qual já foram entregues mais de 2 mil escrituras. A atual administração do município entregou, em menos de 18 meses de gestão, 76 residências, e, no próximo dia 2 de julho, entregará o Residencial Consolação, com 48 apartamentos novos", reforça.

O que diz a Defensoria Pública do Espírito Santo

Em 5 de maio, Vitória se manifestou discordando do entendimento da Defensoria e solicitando, novamente, a extinção do processo.

A Defensoria diz que, até o momento, o processo se encontra "concluso para despacho", ou seja, para apreciação dos pedidos formulados pelo município e dos argumentos lançados pela Defensoria Pública em contraposição àqueles.

Ministério Público Estadual

O Ministério Público Estadual foi procurado, mas até o momento não enviou resposta sobre sua atuação no caso. A reportagem será atualizada quando houver manifestação.

Tribunal de Justiça do Espírito Santo

O Tribunal de Justiça, por meio da página de acompanhamento de processos, informou que a ação está tramitando na 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Municipal, Registros Públicos, Meio Ambiente e Saúde de Vitória e aguarda decisão do juiz.



Fonte: Folha Vitória
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