Faltam pouco mais de dois meses para o final do ano e já foi dada a largada na temporada de reserva de vagas, pré-matrÃcula e matrÃcula. O momento desperta a atenção das famÃlias para perguntas como: o que devo levar em conta para escolher a melhor escola para meu filho? O que deve ter mais "peso"? Que atributos avaliar e priorizar?
Diretora pedagógica da Escola Monteiro, Penha Tótola conta com sua experiência de mais de 35 anos em educação para responder algumas dessas dúvidas.
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- É possÃvel estabelecer uma lista de itens a se considerar na hora de definir a escola "ideal" para uma criança e criar uma ordem de importância?
Penha Tótola – Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que não existe uma fórmula e que o conceito de "ideal" é sempre controverso. Ideal para quem, qual indivÃduo, que famÃlia, em qual momento? Qualquer resposta a questões como essas terá componentes de subjetividade, o que não significa que não existam itens a se considerar e, principalmente, reflexões a serem feitas.
Olhar para a criança em suas especificidades enquanto indivÃduo e observar valores e caracterÃsticas do núcleo familiar onde o aluno está inserido é o inÃcio do caminho. Trata-se de se perguntar o que se espera da escola enquanto um outro espaço de formação, aprendizado, crescimento e interação, que não deve e nem vai ocupar o lugar da famÃlia, mas que pode ser uma aliada neste processo de desenvolvimento cognitivo, emocional e social.
- As escolas seguem linhas especÃficas na forma de transmitir conteúdos? Esses rótulos fazem sentido nos dias de hoje?
Cada instituição tem valores e formas de conduzir o processo de ensino-aprendizagem, mas rotular uma escola sem conhecê-la de fato não é o caminho. As escolas têm um mesmo norte determinado pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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As diferenças estão, muitas vezes, na forma de direcionar esse aluno rumo ao aprendizado e na relação que se estabelece com essa criança ou adolescente enquanto alguém único e importante, bem como no esforço da escola em manter, fortalecer e zelar pelo vÃnculo com o aluno e suas famÃlias, adotando uma conduta marcada pelo acolhimento que cria receptividade e engajamento e favorece o aprender.
- A forma como a escola trabalha questões relacionadas à subjetividade, às emoções e à parceria com a famÃlia é um ponto importante?
Acho que esse sempre foi um ponto muito importante, que passou a ser percebido e encarado como ainda mais fundamental depois dos desafios trazidos pela pandemia em 2020 e 2021. Aluno, professor, gestor, famÃlia.... Todos sentiram e muito, cada um na sua função e do seu jeito. Unir forças e caminhar juntos, por meio do diálogo, nos fez e nos faz mais fortes.
Ficou ainda mais claro que, trabalhando em parceria, colhemos melhores resultados em todos os sentidos, de questões diretamente ligadas à assimilação de conteúdos, desenvolvimento de competências e habilidades até aspectos emocionais relacionados à interação, participação e convivência, além do controle da ansiedade.
O acolhimento, sempre bem-vindo em qualquer universo – seja familiar, pessoal, escolar ou corporativo – muda a relação do aluno com o aprendizado.
- O que significa acolher bem em uma instituição escolar?
Acolher bem é abrir portas para o aprendizado. Um aluno que se sente acolhido como ser humano que tem demandas das mais diversas ordens – e não apenas relacionadas ao conteúdo programático – tende a estar mais aberto à participação, se sente mais motivado e tudo isso traz ganhos para viabilizar uma formação mais completa, inovadora e criativa e, ao mesmo tempo, favorece bons resultados acadêmicos.
No final, todos saem ganhando quando trabalhamos juntos na formação mais ampla do ser humano, do cidadão e do profissional. Individualmente e como sociedade. É, para nós, que acreditamos no poder da educação, o que de melhor podemos fazer pelo futuro.
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Folha Vitória