A mãe de Helena Dias Sabino, 8, Rhaisa Cristina Dias Machado, 30, e o pai, Renan Luiz Sabino, 35, acusam o Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha, de negligência. A menina morreu no dia 20 de outubro.
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De acordo com os pais da criança, ela precisa de uma consulta com a neurologista na sexta (14), mas a especialista só passaria na unidade na segunda-feira (17).
Rhaisa Cristina Dias Machado e Renan Luiz Sabino, pais da menina Helena Dias Sabino, 8 anos, conversaram com a reportagem de A Tribuna.
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A Tribuna – Quando a Helena começou a passar mal?
Mãe – Ela teve os primeiros sintomas de dor de cabeça em casa e foi levada ao PA da Glória. Ela foi atendida e diagnosticaram inflamação no ouvido direito. Deram uma injeção nela e antibiótico para continuar tomando em casa.
E o que houve depois?
Mãe – Já no hospital, por volta de umas 11h, a médica atendeu e falou que o ouvido não era o problema. Aí, ela passou por uma série de exames, como de sangue, tomografia, feita no Hospital São Luiz, eletroencefalograma, exame de meningite, que deu negativo.
E como ela se sentia?
Mãe – Tinha crises de vômito e dores muito fortes. No dia 15, ela só gemia de dor. Mesmo medicada, ela não dormia. Eu chamava as equipes de 20 em 20 minutos.
Qual foi o diagnóstico no hospital?
Mãe – Na sexta-feira, dia 14, feita a tomografia e o eletro, a médica disse que nossa filha precisava ser avaliada por um neuro. E somente na segunda-feira, quando ela já tinha tido três convulsões, uma neurologista chegou ao hospital.
Pai – No DML fizeram a autópsia e me entregaram o papel para fazer a certidão de óbito. Foi um edema cerebral, trombose do seio cavernoso, causada por uma sinusite. É muito raro acontecer essa evolução, mas se um neurologista tivesse avaliado os exames, ele poderia ter visto e salvo nossa filha.
Hospital diz que prestou assistência necessária
Por nota, a direção do Himaba informou que lamenta o ocorrido e que Helena Dias Sabino deu entrada na instituição com queixas de dor de cabeça, tendo a mãe referido que a criança estava em tratamento para infecção de ouvido.
"No exame físico, no entanto, a médica do Himaba não diagnosticou infecção de ouvido, mas constatou que a criança não estava bem, deixando-a em observação e realizando vários exames laboratoriais, de Líquor, ressonância e angioressonância com contraste, constatando normalidade", diz o texto.
O hospital relata que Helena recebeu toda assistência médica necessária, especialmente a avaliação neurológica na segunda-feira descrita, "o que não alterou o prognóstico, pois todos os exames da parte neurológica estavam normais", segundo o hospital.
A nota afirma que o quadro da criança evoluiu de forma rápida e inesperada.
"A instituição aguarda o laudo oficial da necropsia e se coloca à disposição da família para outros esclarecimentos, inclusive acesso ao prontuário da paciente", informa o texto.