O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano deve ser o último no atual formato, em que todos os estudantes fazem uma mesma avaliação. Nos próximos meses, segundo o novo presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), Manuel Palácios, o órgão vai trabalhar para ter uma prova que avalie não só o conteúdo comum, mas também as áreas específicas que agora fazem parte do ensino médio, após a reforma dessa etapa de ensino. "No início de 2024, as escolas já precisam ter acesso às referências curriculares dessa nova parte", disse ele, em entrevista ao Estadão.
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No novo formato, o aluno escolhe a trilha que quer percorrer entre cinco áreas oferecidas (aprofundamento de estudos em Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais e Formação técnica e profissional). Cada rede estadual ou escola particular, no entanto, pode pensar o currículo e as aulas que são oferecidas dentro dessas grandes áreas. Há opções atualmente, por exemplo, de alunos que estudam ambiente, mídia e programação.
Para ele, o exame não pode determinar e direcionar o que as escolas vão ensinar nos itinerários formativos, criados justamente para deixar o ensino mais flexível, contemporâneo e interessante para o estudante. "Não cabe a avaliação dizer qual é o currículo, tem de ser o contrário", disse.
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"Quem elabora os instrumentos de avaliação tem de olhar a trajetória de estudante e não os desejos futuros em termos de formação superior", acrescentou ele. Caso contrário, a escolha da profissão teria de se dar ainda mais cedo.
CRIATIVIDADE
'Ainda não há consenso', afirma ex-presidente
A ex-presidente do Inep durante a gestão Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e uma das referências em avaliação no País, Maria Helena Guimarães de Castro, diz que é "importante abrir essa discussão com os Estados sobre a 2ª etapa do Enem porque é um assunto que ainda não há consenso". Como presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE) até o ano passado, Maria Helena participou das elaboração das diretrizes para esta mudança, sugerindo uma divisão da segunda etapa mais voltada às áreas do ensino superior que seriam pleiteadas pelos estudantes. Previa também questões dissertativas. No ano passado, porém, o MEC aprovou outra ideia, que agrupava as áreas doS itinerários formativos.
Há alas do PT que são críticas à reforma e, por isso, não estava claro se o MEC atual manteria as mudanças. O novo presidente do Inep agora deixa claro que o Enem vai seguir o novo ensino médio no ano que vem.
ENEM DIGITAL
Palácios também pensa em, no futuro, trazer inovações às provas do Enem digital. "Pelo computador, é possível propor interações que vão muito além de apenas marcar uma opção." l
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Folha Vitória