A eleição é só em outubro do ano que vem, mas o prefeito de Colatina, Guerino Balestrassi (PSC), já está colocando o bloco na rua. Ele deve disputar a reeleição para um quarto mandato à frente do município e, já na busca por apoios, tem se reunido com dirigentes partidários, ajudado a montar chapa de vereadores e até tentado o apoio antecipado de possíveis adversários na disputa.
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Cumprindo agendas em Vitória, o prefeito conversou, na última terça-feira (06), com a coluna De Olho no Poder sobre os planos futuros e o que tem feito agora para se viabilizar para a eleição. Segundo ele, chegou o momento no mandato de "mostrar a sua marca" para a população.
"Os dois primeiros anos da gestão são anos que a gente dá notoriedade às parcerias e destaque aos nossos parceiros, porque passamos por uma eleição estadual e federal. Mas, agora, a gestão puxa (a notoriedade) para si, vai chegando ao final do ano com uma cara, uma marca, e se essa marca estiver boa, a população acaba pressionando para a reeleição", explicou Guerino, que não esconde o jogo sobre suas intenções:
"Tem muita chance de eu disputar porque a própria população cobra isso. O instituto da reeleição acaba pressionando para que isso aconteça, para que exista o debate", disse o prefeito.
E ele também tem trabalhado para isso. Segundo Guerino, estão previstas entregas em todas as áreas da gestão. São obras em parceria com o governo do Estado e governo federal (via emendas parlamentares), mas também com recursos próprios do município.
"Estamos fazendo um investimento pesado na nossa rede educacional. Já são sete escolas em tempo integral de um município que não tinha nenhuma". E, além das entregas, o prefeito se dedica às articulações políticas.
Guerino mostrou uma lista, à coluna, com o nome de aproximadamente 60 possíveis pré-candidatos a vereador nas eleições do ano que vem. Todos teriam intenção de apoiá-lo. A missão de Guerino será a de encontrar quatro partidos fortes que aceite caminhar com ele e também abrigar os pré-candidatos. São 15 vagas na Câmara – onde também, atualmente, o prefeito tem uma base aliada robusta.
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Articulando pessoalmente as chapas de vereadores, ele consegue matar dois coelhos com uma cajadada só: ao distribuir os aliados em quatro partidos, ele cria um cenário para que todos tenham as mesmas condições na disputa – o que deixa os futuros candidatos satisfeitos – e também costura, com linha grossa, um aliança que resulte em apoio nas eleições.
"Preciso de quatro partidos bons para abrigar os pré-candidatos que estou trabalhando. Tem alguns que já sinalizaram, mas tenho que ver também com quais meus pré-candidatos se identificam", explicou, afirmando não ter barreira ideológica com nenhum.
"Sou um camarada de centro, então eu caminho tanto para a direita como para a esquerda com facilidade", disse Guerino, embora hoje esteja no PSC – partido ideologicamente posicionado na direita.
Guerino disse que, a princípio, continua filiado ao seu partido – que está em vias de se juntar ao Podemos, faltando apenas a homologação do TSE. Inclusive ontem, Guerino se reuniu com o presidente do Podemos, o deputado federal Gilson Daniel, e com o também federal Victor Linhalis (Podemos). Gilson confirmou à coluna que, na disputa de Colatina, vai apoiar Guerino à reeleição.
Guerino foi questionado se contaria com o apoio do governo do Estado na empreitada. Ele sinalizou que sim. "O governador já sinalizou simpatia pela nossa reeleição, caso aconteça. Até pela nossa história de apoio e reciprocidade, então é normal que a base do governo venha".
O prefeito é aliado de Renato Casagrande (PSB), mas também já foi aliado do ex-governador Paulo Hartung, após dois mandatos seguidos à frente da Prefeitura de Colatina (2001-2008).
Nos governos de PH, Guerino foi presidente do Bandes (2009/2010), secretário de Economia e Planejamento (2010) e secretário de Ciência e Tecnologia (2015). O prefeito tem histórico e fama de ser governista. "Meu perfil é de ser governo, não sou ligado à marca de oposição".
Questão é que há outros possíveis candidatos a prefeito de Colatina no ano que vem na base do governo também. Um é o ex-deputado estadual Renzo Vasconcelos, que preside o PSD e tem feito movimentos dignos de um pré-candidato. Renzo teve mais de 80 mil votos na disputa à Câmara Federal no ano passado, mas não foi eleito porque faltou votos para a legenda em que estava – à época, o PSC.
No início de abril, quando conversou com a coluna sobre sua ida para o PSD, Renzo também falou sobre a eleição do ano que vem e sinalizou que será candidato. "É muito cedo para dizer se vou disputar, mas Colatina é um município importante e o PSD vai participar da eleição. Por isso, não descarto a hipótese, não. Tive quase 25 mil votos em Colatina (no ano passado)". Já, ontem, deu certeza de que será candidato: "Cada vez mais fortalecido".
Outro possível candidato é o contador Luciano Merlo, que disputou a Prefeitura de Colatina em 2020 e ficou em segundo lugar com uma diferença de 1% (631 votos) com relação a Guerino. Na época, Luciano disputou pelo Patriota, mas agora está no PP – partido que, até o momento, faz parte da base aliada de Casagrande. Luciano também é cotado para a disputa.
Guerino, porém, já traçou uma estratégia para "neutralizar" os possíveis adversários. Disse que vai abrir conversa com todos eles para tentar uma composição. "Vou tentar um diálogo com todos para fazer a eleição mais tranquila do município".
Com relação ao Renzo, disse que o ex-deputado faz parte "da sua base" e que vai buscá-lo. O grupo de Renzo teria indicado o vice-prefeito, Dr. Rogério Resende, para a chapa. "Renzo é da nossa base. Teve um papel importante da nossa eleição. Vamos trabalhar para compor com ele".
Guerino também pretende procurar o deputado estadual Sergio Meneguelli (Republicanos), ex-prefeito e antecessor de Guerino. "Nós temos uma boa relação. Somos da mesma base. Na minha eleição, o Sergio manteve a neutralidade e sempre teve muita simpatia pela minha candidatura", afirmou.
Embora o deputado seja considerado uma "incógnita", algumas lideranças políticas o colocam no páreo da disputa do ano que vem. Procurado pela coluna, não respondeu se será ou não candidato.
E o movimento de aproximação de Guerino envolve até seu antigo adversário, Luciano Merlo. Segundo ele, há chances de composição. "Luciano não está longe. O grupo dele foi cria da gente. No passado, nós que incentivamos o Luciano a entrar na política". A coluna não conseguiu contato com Luciano.