Família da jovem aguarda desde abril de 2021, quando ocorreu o acidente, o julgamento do caso
O motorista apontado como o responsável pelo acidente que matou Amanda Marques, de 20 anos, foi solto por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e irá responder o processo em liberdade.
Wagner Nunes de Paulo estava preso desde o acidente, que aconteceu em abril de 2021. A família de Amanda aguarda desde então pelo julgamento do caso, que chegou a ser anunciado em 2022, mas foi adiado depois que a defesa do motorista entrou com um recurso.
A defesa de Wagner tentava a soltura desde 2021. A decisão que revogou a prisão preventiva e concedeu a liberdade foi tomada em 08 de agosto. A família da vítima, no entanto, só soube nesta segunda-feira (28).
O advogado que representa a família de Amanda no processo, Fábio Marçal, criticou a decisão que colocou o motorista envolvido no acidente em liberdade.
"Lamentamos a decisão que colocou o Wagner Nunes, causador da morte da jovem Amanda, em liberdade. Entendemos que a liberdade dele coloca em risco o curso do processo, tendo em vista os relatos de ameaças às testemunhas no dia dos fatos. Se não bastasse isso, decisões dessa natureza geram sensação de impunidade", frisou.
A decisão do STJ prevê medidas cautelares como a suspensão do direito de dirigir e a proibição de frequentar estabelecimentos que vendam bebidas alcoólicas.
"A decisão vai ao encontro daqui que a defesa havia pleiteado, que era a desnecessidade da prisão, como o tempo que ele já se encontrava preso e as particularidades do caso concreto. A defesa entende que a decisão foi justa e técnica", afirmou David Metzker, advogado de Wagner.
O acidente aconteceu em 17 de abril de 2021, na Rodovia Darly Santos, em Vila Velha. Amanda e o namorado Matheus José da Silva, de 23 anos, seguiam de motocicleta para o bairro Divido Espírito Santo quando foram atingidos pelo carro conduzido por Wagner Nunes de Paulo.
Na época do acidente, testemunhas afirmaram que o carro estava em alta velocidade e que o motorista apresentava sinais de embriaguez. Além disso, Wagner teria tentado fugir do local do acidente.
O rapaz teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia. O Ministério Público o denunciou por tentativa de homicídio e homicídio consumado na condução de veículo sob influência de álcool. Para o órgão, Wagner assumiu o risco de cometer o crime.
De acordo com um laudo pericial apresentado pela Polícia Civil com base em imagens de videomonitoramento, Wagner trafegava a aproximadamente 135 km/h em uma via em que a velocidade permitida é 60 km/h.
*Com informações do repórter Vitor Zucolotti, da TV Vitória/Record TV.