Empregada doméstica da família filmou momento em que a babá agrediu a criança de 4 anos em Colatina; família denunciou a mulher por maus-tratos
Uma dentista de 33 anos, moradora de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, denunciou a ex-babá da família por maus-tratos contra o filho de 4 anos.
A descoberta das agressões ocorreu poucos dias após a festa de aniversário da criança, que aconteceu no último 9 de setembro.
Segundo a dentista, durante a festa de aniversário, o menino passou a chorar muito e não queria ficar próximo da babá, que era sua principal cuidadora. Qualquer tentativa de aproximação era recebida com gritos e medo, conta a mãe.
"Ele chorou o dia inteiro, o que estranhamos. A festa era o sonho dele. Tivemos outros episódios, quando ele não queria entrar no carro, não queria ficar sozinho com ela", contou.
Os nomes dos envolvidos não serão divulgados pelo Folha Vitória para preservar a criança, em cumprimento ao que é determinado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A dentista conta que a descoberta definitiva das agressões aconteceu no dia 13, quando ela e o marido, moradores da zona rural de Colatina, se dirigiram à cidade para trabalhar e deixaram a criança sob os cuidados da babá e da empregada doméstica da família.
"Lá em casa não tem câmeras e nem nada disso, mas nossa empregada viu as agressões e gravou com o celular. Ela viu tudo, a babá bateu muito, espancou meu filho", disse.
Segundo a dentista, após a demissão da ex-babá, a criança começou a se abrir e relatou que além das agressões físicas, a mulher também cometia diversas formas de violência psicológica.
Segundo a criança, a babá se utilizava do fato de os pais saírem para trabalhar para insultar o menino, conta a mãe.
"Ela dizia para ele que a mãe dele achava ele feio, que o odiava, que eu saía para trabalhar porque não queria ficar com ele."
De acordo com ela, a mulher já se afastou da família há mais de um ano e meio e afirmou nunca ter flagrado as agressões, mas notar escoriações e marcas na criança.
"Ela parece nunca ter visto as agressões acontecerem em flagrante, mas notava por conta do meu filho estar vermelho."
De acordo com a mãe do menino, o comportamento e personalidade da criança mudaram muito rapidamente. Antes um garoto comunicativo e receptivo, ele se tornou nervoso e agressivo.
"Ele passou a agredir a mim e ao meu esposo, não chegou a bater em nenhum coleguinha de sala e nada do tipo. Acredito que seja porque ela dizia a ele que o pai e a mãe não o amavam, por isso ele ficou tão agressivo".
Além da agressividade, a criança passou a ter medo de desconhecidos. Não se aproxima de ninguém com quem não tenha estabelecido algum tipo de laço previamente. Segundo a mãe, o menino afirma que estranhos querem matá-lo.
A dentista afirmou que para tratar as consequências do abuso psicológico, o menor passa por tratamento com psicólogo infantil.
Em áudios enviados pelo WhatsApp, aos quais o Folha Vitória teve acesso, ela afirma ter perdido o controle no momento em que bateu na criança.
Nas mensagens, ela diz se arrepender por causar sofrimento, e que ama a criança e deseja ser perdoada pela família.
Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Proteção à Criança, ao Adolescente e ao Idoso (DPCAI) de Colatina e outros detalhes não serão repassados.