A Agência Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo (Agerh) irá publicar nesta quarta-feira (22) uma resolução de estado de atenção sobre a situação hídrica no Estado, levando em consideração o prolongamento do baixo nível de água em rios no Espírito Santo.
As recomendações serão feitas a companhias públicas e privadas de saneamento, serviços autônomos municipais de água esgoto, além de prefeituras. A queda no nível de abastecimento é causada principalmente pelo período de estiagem e pela onda de calor intenso que atingiu o Estado nos últimos dois meses.
De acordo com informações apuradas pela reportagem do Folha Vitória, dentre as recomendações para órgãos públicos, empresas e prefeituras estariam elaborar ações de mobilização do uso racional da água, promover campanhas contra o desperdício, incentivo ao reúso, captação e armazenamento de água.
A vazão do Rio Jucu, por exemplo, no dia 16 de novembro, encontrava-se em 4.300,78 litros por segundo, pouco mais de 2 mil litros acima do nível considerado crítico.
A Agência não informou se haverá necessidade de racionamento de água, e informações detalhadas serão divulgadas com a publicação da resolução nesta quarta-feira.
Em casos de racionamento, algumas medidas costumam ser adotadas para reduzir o consumo e evitar o desperdício de água, como não utilizar mangueiras para lavar calçadas e carros, controlar o uso da torneira da cozinha, reaproveitar água da máquina de lavar e diminuir o tempo no banho.
Procurada pela reportagem, a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), afirmou que a indústria capixaba está atenta e monitora a escassez hídrica e que, no Espírito Santo, diversas indústrias de pequenas a grandes já adotam iniciativas que buscam a economia de água e o reúso deste recurso.
"Segmentos como os da construção civil, de celulose, de mineração, de confecções, de rochas ornamentais, de transformação e de alimentos já incorporaram políticas sustentáveis em suas atividades", informou a Federação por nota.
"Ou seja, o setor utilizou apenas 3,7% de toda água consumida no Espírito Santo. Ainda de acordo com a Agência, a indústria representou 9,2% do consumo de água em todo o Brasil."
De acordo com a Findes, este desempenho está relacionado à preocupação que empresas locais e nacionais têm com a eficiência no uso da água.
"A Findes incentiva continuamente as empresas a investirem em iniciativas sustentáveis e com foco nas mudanças climáticas. Além disso, estimula a gestão mais sustentável dos recursos hidroenergéticos, assim como a adoção de tecnologias com esse fim. É por meio de ações como essas que estaremos cuidando melhor do meio ambiente e trazendo mais eficiência e menos custos", informou a Findes.
A Companhia Espírito-santense de Saneamento (Cesan) foi procurada para comentar a resolução e quais medidas de economia de água tem adotado. Até o momento, não houve resposta. A matéria será atualizada quando houver retorno.
Folha Vitória