Irmã acionou a polícia
A Secretaria de Saúde de Ecoporanga, cidade do Noroeste do Espírito Santo, solicitou explicações à Fundação Médico Assistencial do Trabalhador Rural do município, o hospital filantrópico Fumatre, após a família de uma paciente, identificada como Gessika Dettmann Bello, de 32 anos, alegar negligência no atendimento médico.
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Segundo a irmã da vítima, Gessika deu entrada no hospital na manhã de terça-feira (7) com sintomas de dengue e plaquetas baixas. Em um vídeo enviado à reportagem da TV Gazeta, é possível escutar a irmã pedindo agilidade no atendimento da familiar. A mulher discute com um médico da unidade - que não terá o nome divulgado, pois o caso segue em investigação -, até que, em certo momento, pacientes avisam que Gessika estava desmaiada e caída no chão.
Gessika é colocada em uma cadeira de rodas por pacientes que também aguardavam atendimento médico no hospital e é levada para uma sala. Após uma piora no quadro da paciente, ela foi transferida para um hospital em Barra de São Francisco. No entanto, no caminho, ainda dentro da ambulância, a mulher teve duas paradas cardiorrespiratórias e foi a óbito na madrugada desta quarta-feira (8).
Irmã acionou a polícia
Por conta da demora no atendimento médico, a irmã de Gessika acionou a Polícia Militar para ir até o hospital. A PM confirmou o fato e informou, em nota, que conversou com o médico. O profissional alegou aos policiais que, "como de praxe ao iniciar um plantão, foi realizado o atendimento dos paciente e, posteriormente, foi atendido o Pronto Socorro e isso gerou uma demora", comunicou a PM.
O médico explicou aos agentes que houve uma discussão, mas que logo se acalmaram. Segundo a PM, no momento do fato, ninguém quis prestar queixa.
Procurada pela reportagem de A Gazeta, a Secretaria de Saúde de Ecoporanga informou que, por se tratar de um hospital filantrópico, foi encaminhado um ofício à Fumatre solicitando posicionamento. O documento foi aceito e o hospital optou por afastar, em tempo indeterminado, o médico da instituição. De acordo com a pasta municipal, a morte de Gessika está em investigação pela vigilância em saúde.
A reportagem procurou o presidente da Fumatre para mais detalhes sobre o andamento do processo, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.
Em nota, a defesa do médico afastado, feita pelos advogados Rodrigo Carlos de Souza, Adriano Athayde Coutinho e Josimadsonn Magalhães de Oliveira, informou que Gessika foi atendida dez minutos após dar entrada no hospital, foi examinada e internada. A defesa comunicou ainda que o médico cumpriu com todos os protocolos previstos e se solidariza aos familiares enlutados.
Segundo consta nos dados do Hospital, a paciente deu entrada naquele local às 7h59, atendida pelo médico por volta das 8h10 e após examinada, foi medicada e internada às 8h37. Durante o dia a paciente apresentou melhora, com PA [pressão arterial] controlada, todavia, por volta das 20h30 apresentou quadro de sudorese, embora a PA continuasse normal. Por volta das 21h59, como o quadro persistia, o médico a encaminhou para o Hospital de Barra de São Francisco, por ter mais estrutura do que o Hospital de Ecoporanga.
O médico tem certeza de que cumpriu todos os protocolos previstos e se solidariza aos familiares enlutados.