Destaque Paciente misteriosa

VÍDEO | Médico se emociona: "Queria olhar para um familiar da Clarinha e dizer que fizemos de tudo"

O médico Jorge Potratz, considerado responsável pela "paciente misteriosa", se emocionou em entrevista ao Folha Vitória sobre os anos de cuidados com Clarinha

Por Regional ES

10/05/2024 às 06:14:27 - Atualizado há
Foto: Montagem / Folha Vitória

O médico Jorge Potratz, que cuidou ao longo de 24 anos de Clarinha, a "paciente misteriosa", internada no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória, se emocionou ao relembrar todo o tratamento dela e do sofrimento da paciente, que, mesmo em coma, se tornou "como uma filha" para ele.

Clarinha morreu no dia 14 de março deste ano. Ela foi atropelada em Vitória no dia 12 de junho de 2000 e, sem identificação, recebeu o apelido de Clarinha ao ser internada no HPM. Ao longo de todos esses anos, ficou em coma e não teve nenhum parente identificado.

Vários testes de DNA foram feitos, durante a internação e após a morte da paciente, e todos deram negativos. Nesta quinta-feira (9), a polícia informou que o corpo dela poderá ser liberado para sepultamento e o Jorge Potratz foi comunicado, por ser considerado responsável por Clarinha.

Em entrevista ao Folha Vitória, ele se emocionou e afirmou que queria "dizer para os verdadeiros familiares da paciente que fizemos de tudo".

Ao Folha Vitória, o médico desabafou e narrou todos os momentos da trajetória, desde o primeiro contato com Clarinha, os cuidados com a paciente e a morte dela. Também destacou a esperança que tem de encontrar algum parente.

THOMAZINE
"No ano 2000 ela sofreu o acidente e no ano de 2001 foi transferida para o hospital onde eu trabalhava. Na época, recebi a Clarinha na enfermaria onde dava assistência técnica como médico da Polícia Militar. Desde cedo pensamos em uma forma de chamá-la e decidimos por 'Clarinha' por ela ser muito clara", narra o médico.
Durante todos os dias, Jorge visitava Clarinha, percebia as carências e necessidades. Entretanto, não imaginava que ficaria tantos anos com a mesma paciente.
"Quando recebemos um paciente, realizamos um diagnóstico, um tratamento, e devolvemos para a família. Mas não tínhamos ideia de quem era a família dela, era uma busca que não parava", descreve Potratz.

Muito emocionado, o médico também afirmou que, além de ser uma paciente, "Clarinha era uma mulher, uma mãe e uma cidadã". E desabafa que gostaria de ter alcançado o objetivo de narrar tudo que fez para os familiares dela.

"Queria ter alcançado o objetivo da identificação, não que fosse a coisa mais importante do mundo, que isso fosse alterar o relacionamento. O que queria perguntar é: 'ela é sua mãe, sua irmã?' Eu só queria olhar nos olhos de uma mãe ou pai e poder dizer para eles que cuidamos dela da melhor maneira que a gente conseguiu, com toda dignidade", destaca.

Confira a entrevista completa do "guardião da paciente misteriosa" ao Folha Vitória:


Fonte: Folha Vitória
Comunicar erro
Regional ES

© 2024 Regional ES - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Regional ES