Servidores do Governo do Estado vão discutir nesta quinta-feira (16), em Assembleia Geral Unificada (AGU), a possibilidade de paralisação dos serviços públicos estaduais, conforme lhes garante o direito as leis 7.783/89 e 7.311/2002. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos), desde 2015 não se tem greve no funcionalismo público estadual no Espírito Santo.
Segundo a diretora jurídica do Sindipúblicos, Renata Setúbal, a entidade teve uma conversa com o Governo do Estado antes de a Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) aprovar o reajuste de 4,5% para servidores do Executivo, do Legislativo, do Ministério Público Estadual (MPES) e do Tribunal de Contas (TC-ES), no dia 07 de maio, e do Poder Judiciário, no dia 09 de maio. Nessa reunião, afirma a diretora, foi dito que não seria dado nenhum reajuste do tíquete alimentação nem das diárias, apenas foi sinalizado que haveria um reajuste, mas na ocasião não foi informado quanto seria.
"Nossa intenção é abrir uma negociação com o governo porque vemos o Espírito Santo com uma saúde financeira muito boa, mas gastando menos com o servidor público que qualquer outro estado da federação. Estamos dispostos a negociar essa recomposição salarial em três anos, ou seja, até o final do mandato do atual governador", diz a diretora jurídica do Sindipúblicos.
Outra reivindicação da categoria é a redução das disparidades salariais entre os níveis de escolaridades. A diretora jurídica do Sindipúblicos e servidora de carreira do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) diz que a carreira de nível superior no Executivo estadual paga R$ 6.911,73 de salário inicial para 40 horas de trabalho por semana, enquanto o analista judiciário recebe inicialmente R$ 7.048, 65 para 30 horas de trabalho por semana. "O Espírito Santo é o estado que menos que gasta com o servidor público. Quando acontece isso, se gasta menos com o atendimento à sociedade", ressalta a diretora do Sindipúblicos.
Se a categoria decidir pela greve nesta quinta-feira, o sindicato terá que protocolar a pauta de reivindicações junto ao Governo do Estado, que terá um prazo de dez dias para responder, podendo continuar a negociar por mais 20 dias e apresentar uma proposta. Só após esses prazos é que uma nova assembleia poderá decidir pelo início da greve, caso as negociações não vinguem.
Texto de Juliana Rodrigues
ES Hoje