A Justiça da Espanha condenou, nesta segunda-feira (10), três torcedores do Valencia a oito meses de prisão cada um por proferir insultos racistas a Vinícius Júnior
A Justiça da Espanha condenou três torcedores do Valencia a oito meses de prisão cada um por proferir insultos racistas ao brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid. A decisão foi anunciada nesta segunda-feira (10) e é o primeiro caso de condenação desse tipo no país europeu.
Os três torcedores foram considerados culpados de crime contra a integridade moral com circunstâncias agravantes de discriminação por motivo racial, e a pena total foi de 12 meses. No entanto, houve redução para oito por causa do período de detenção durante a fase de investigação, que foi incluída nesse processo.
"Esta sentença é uma ótima notícia para a luta contra o racismo na Espanha, pois repara os danos sofridos por Vinícius Jr. e envia uma mensagem clara para aquelas pessoas que vão a um estádio de futebol para insultar, de que LaLiga vai identificá-los, denunciá-los e lá terão consequências criminais para eles", comemorou o presidente de LaLiga, liga que organiza o Campeonato Espanhol, Javier Tebas.
O Real Madrid também se pronunciou sobre a decisão da Justiça espanhola e ressaltou em nota que vai continuar a "trabalhar para proteger os valores do clube e erradicar qualquer comportamento racista do futebol e do esporte".
Vini se envolveu em confusão com atletas do Valencia em seguida e acabou expulso. Na ocasião, o Real Madrid foi derrotado por 1 a 0. Após a repercussão do caso, o Ministério Público de Valência denunciou os torcedores que insultaram o brasileiro por crime de ódio, e a Justiça espanhola levou o trio a julgamento.
Na audiência desta segunda-feira, de acordo com o jornal espanhol As, os acusados leram uma carta com um pedido de desculpas a Vini Jr., a LaLiga e ao Real Madrid. "A avaliação é muito positiva", afirmou a procuradora e porta-voz da Promotoria de Valencia, Susana Gisbert. "É quase o primeiro caso de um jogo de futebol em que houve insultos racistas e temos uma condenação por um delito com agravante de ódio e isso é muito importante", acrescentou ela.