O caso ocorreu no dia 13 de junho. A menina sofreu lesões corporais graves, traumatismo craniano e parada cardiorrespiratória
A Polícia Civil prendeu um homem suspeito de espancar sua enteada de 1 ano e 4 meses no dia 13 de junho, na Serra. Devido às agressões, a criança sofreu lesões corporais graves, traumatismo craniano e uma parada cardiorrespiratória, atendida em estado crítico no Hospital Infantil de Vitória.
No dia 14 de junho, a Polícia Civil foi notificada pelo hospital sobre o caso de uma criança que deu entrada na unidade com marcas de maus-tratos. A polícia se dirigiu ao hospital e iniciou uma investigação para apurar o caso.
No hospital, foi constatado o estado grave da criança, que estava em coma, respirando com a ajuda de aparelhos, e apresentava múltiplas fraturas na cabeça.
Durante o inquérito, verificou-se que a criança estava sob os cuidados do padrasto na noite do incidente, enquanto a mãe trabalhava.
"O padrasto ficou sozinho com as duas crianças um certo momento da noite, pelas 20h do dia 13. Um primo dele chegou na casa, porque eles tinham combinado de assistir a um jogo na lanchonete que a mãe trabalhava. Quando o primo chegou, a criança estava no chão sufocada, puxando o ar", relatou a titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Thais Cruz.
O primo correu para a rua para pedir ajuda. Uma viatura da Polícia Militar passava pelo local e realizou os primeiros socorros.
Um relatório médico constatou que as lesões eram incompatíveis com uma queda, sugerindo agressões anteriores. Um exame de imagem mostrou lesões no crânio.
A investigação revelou que o padrasto deu diferentes versões sobre o que aconteceu, incluindo uma alegação de que estava "brincando de lutinha" com a criança.
"Nos exames deu que a criança tinha mais de 10 lesões nas costas e na região do bumbum, tinha lesão na coxa, no braço e no olho. Na região do olho, indiferente estado de cicatrização, tinha na cor vermelha. Na cor mais roxa quer dizer que já era uma lesão mais antiga, nesse segundo momento, a gente começou a apontar a investigação para a conduta da mãe da criança", disse Thais Cruz.
A mãe, que não estava presente no momento da agressão, afirmou que não sabia das lesões, embora a criança já tivesse dado entrada no hospital em maio com outros machucados, enquanto estava sob os cuidados do padrasto.
O homem foi indiciado por tentativa de homicídio, pois a criança era agredida reiteradamente, e a mãe também foi indiciada por conivência e omissão, já que as lesões eram visíveis e recorrentes.
A criança teve alta hospitalar nesta segunda-feira(8), e a mãe a acompanhou durante todo o período de internação.
A menina está recuperando os movimentos dos braços e das pernas, e os médicos acreditam que ela não ficará com sequelas. Até o momento, a criança não está com a mãe.