Investigação da PF apontou que líder de facção criminosa preso contava com advogado para transmitir recados, como preço de entorpecentes, responsáveis pelos pontos de venda e divisão de lucros.
A Justiça do Espírito Santo afastou um advogado de suas funções após investigação da Polícia Federal apontar que ele agia como 'pombo-correio' entre criminosos envolvidos com o tráfico de drogas em Cariacica, na Grande Vitória.
A Polícia Federal identificou que o profissional foi contratado especificamente para transmitir recados de um líder de facção preso para comparsas fora da unidade. A data da decisão e o nome do advogado não foram divulgados.
Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em operação realizada na manhã desta quinta-feira (11). Na casa do advogado foram apreendidas mídias diversas, como celulares e computadores. O trabalho foi conduzido pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO/ES).
Justiça do Espírito Santo afasta advogado de funções profissionais por atuar como 'pombo-correio' entre criminosos. — Foto: TV Gazeta
Segundo a PF, o criminoso contava com o apoio de familiares e do advogado para transmitir informações e definições como o preço dos entorpecentes, responsáveis pelos pontos de venda e divisão de lucros.
As investigações revelaram que esse era o único serviço prestado pelo advogado, tarefa considerada essencial para a continuidade das atividades ilícitas.
"Sem essa colaboração, o líder não conseguiria enviar instruções sobre o tráfico de entorpecentes para os comparsas fora da prisão", informou a PF.
Justiça do Espírito Santo afasta advogado de funções profissionais por atuar como 'pombo-correio' entre criminosos. — Foto: Divulgação/PF
O nome dado à operação faz alusão ao afastamento do advogado de sua atividade profissional, provocando como consequência imediata, a interrupção da transmissão de recados entre os membros do grupo criminoso.
"Refere-se, ainda, o nome da operação, ao recado dado – através dos trabalhos investigativos - pelas forças de segurança pública e Poder Judiciário, àqueles que se associam aos criminosos", disse a PF.