Nadadores começaram a perceber uma grande quantidade de "cristais" nas águas do mar de Vila Velha há pelo menos dez dias
Nadadores têm se deparado com "cristais" nas águas do mar de Vila Velha. Essas estruturas são conchas de um molusco gastrópode pelágico conhecido como Pterópode, e têm sido encontradas tanto na água quanto na areia da praia.
"Há aproximadamente dez anos não encontrávamos esses "cristais" no mar. Nós nadamos na Praia da Costa, Itaparica e Itapuã, e encontramos em toda a extensão. É possível percebê-los porque são duros e estão sempre em grandes quantidades", explicou o triatleta Wanderson Beltrame.
Wanderson começou a perceber o material nas águas do mar de Vila Velha há pelo menos dez dias. Como já havia encontrado o material em anos anteriores, não se assustou, apenas ficou impressionado com a quantidade. Tanto ele quanto outros nadadores compartilharam fotos dos "cristais" encontrados em grupos de WhatsApp.
O professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Agnaldo Martins explica que os "cristais" encontrados são conchas de um molusco gastrópode pelágico chamado Pterópode. Trata-se de um parente do caramujo que, com a evolução, teve sua concha desenrolada e diminuída para ficar leve e transparente. A parte do músculo que vemos no caracol, que parece uma lesma, se transformou em flutuadores.
O professor detalha que isso ocorre em alto-mar, mas os ventos podem trazer as conchas mortas para a beira da praia. Não é prejudicial à saúde.
A Prefeitura de Vila Velha informa que o material encontrado no mar da Praia de Itapuã, que se assemelha a cristais, na verdade, é um molusco denominado Scaphopoda. A concha desses organismos é ligeiramente recurvada, lembrando as presas de um elefante, e possui duas aberturas: uma basal, mais estreita, e outra distal (terminal), bem mais larga, por onde parte do corpo sai.
Esses animais aparecem na praia devido às correntes marinhas, que os transportam para áreas costeiras. Apesar de não serem perigosos, aconselha-se não manusear os animais e evitar tomar banho no local. O munícipe também pode entrar em contato com a Prefeitura pelo telefone 162 para que seja realizado o monitoramento do local.