Destaque Ex-prefeito de Catuji

Justiça absolve ex-prefeito acusado de matar a esposa

Por Regional ES

29/07/2024 às 08:59:09 - Atualizado há
Fuvio e Juliana. Foto: arquivo pessoal

A justiça absolveu Fúvio Luziano Serafim, de 44 anos, ex-prefeito de Catuji, Minas Gerais, da acusação de matar a esposa, a médica Juliana Pimenta Ruas El-Aouar. A decisão é do juiz Marcelo Feres Bressan, da 1ª Vara Criminal de Colatina.

Segundo laudo cadavérico, Juliana morreu por asfixia mecânica decorrente de broncoaspiração, com edema cerebral e, possivelmente, intoxicação por morfina. Para o Ministério Público, houve feminicídio e Fúvio agiu "com emprego de asfixia e emprego de violência de cunho doméstico e familiar".

"Esclareço, inicialmente, que o cenário do crime indicava a ocorrência de um feminicídio extremamente violento, com dolo direto, por espancamento, de um marido contra sua esposa. O quarto de hotel estava em total desalinho, havia garrafas de bebidas, ampolas de medicamentos e manchas de sangue pelo local. Já o corpo da ofendida apresentava diversos hematomas", diz, na decisão.

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Na decisão, o juiz afirma que se não trata "de um feminicídio clássico, com dolo direto, mas sim de um crime com dolo eventual, em que o réu, segundo a imputação do Ministério Público, seria o responsável pelo resultado morte, já que fornecia medicamentos em excesso para serem consumidos pela esposa Juliana e se mostrou indiferente na prestação de socorro, mesmo tendo, segundo a tese acusatória, causado o risco".

Em audiência judicial, o pai da vítima, disse que o casal era dependente de quetamina. Relatou que a filha, em razão do vício na medicação, desenvolveu "problemas de saúde" e ficou internada por algumas vezes em hospitais e clínicas de reabilitação, assim como Fúvio.

Afirmou que Juliana se auto aplicava as doses do remédio no abdômen e nas perna e que Fúvio também a injetava, mesmo contra a vontade dela, até mesmo enquanto estava internada. Narrou diversos episódios em que, após a aparição dele no local, a vítima ficava cambaleante, "aérea" e desmaiava. Por esse motivo, acredita que ele levava remédios para consumo de ambos.

"Disse que, quando sua filha retornou para casa, voltou "a ter quedas", apresentava hematomas pelo corpo e, em uma oportunidade, feriu a testa, sendo necessário pontos de sutura", disse, relembrando o episódio em que Juliana apareceu machucada.

Ainda segundo o pai de Juliana, Fúvio também caía, chegando a quebrar o braço em um espelho. Contou que, uma semana antes dos fatos, Juliana ligou pedindo para buscá-la, pois não aguentava mais viver com o marido drogado, confidenciando, pela primeira e única vez, que era agredida por ele. "Todavia, não denunciava as agressões em razão do denunciado ter ameaçado matar alguém de sua família".


Nada do que foi levantado inicialmente ficou provado e, consequentemente, por falta de provas, Fúvio foi absolvido.

Crime

O caso aconteceu na madrugada do dia 3 de setembro de 2023. Juliana foi encontrada morta no quarto 362 de um hotel no Centro de Colatina, onde estava hospedada com o marido.

Na janela abaixo do quarto foi encontrado parte de um vidro do medicamento cetamina. Ainda foi recolhido "pó branco", encaminhado para análise. Fúvio ficou preso por quase três meses, mas foi solto e respondia o processo em liberdade.

Fonte: Es Hoje
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