O produtor de café José Alexandre Lacerda, proprietário do Sítio Forquilha do Rio, localizado em Dores do Rio Preto, no Caparaó Capixaba, expressou profunda preocupação com a safra de café arábica de 2024. Segundo ele, a falta de chuvas significativas e as altas temperaturas têm prejudicado significativamente a produção.
"O risco de geada por aqui é bem pequeno, mas a seca está sendo devastadora. Tivemos apenas duas chuvas um pouco mais significativas este ano, em abril e agosto, e ambas com um volume muito baixo. Esse período prolongado de estiagem e temperaturas acima da média tem prejudicado muito o desenvolvimento dos cafezais".
De acordo com o produtor, a seca comprometeu o crescimento e a maturação dos frutos, levando a uma safra irregular. "Os cafés não tiveram um crescimento legal e a maturação está irregular. Mesmo com a região sendo conhecida por seu clima fresco e úmido, a seca tem afetado a produção", explica.
Além disso, a falta do frio típico do inverno causou uma florada antecipada. "As lavouras já começaram a emitir novos botões florais, o que pode comprometer a qualidade dos grãos e a produção do próximo ano", alerta José Alexandre.
Em um vídeo gravado em maio, o produtor havia demonstrado sua preocupação com os impactos das mudanças climáticas na produção de café. "Hoje, ao observar os pés de café, é possível ver claramente os efeitos da estiagem. As plantas estão muito secas, algumas até mesmo secando completamente, e isso a 1.200 metros de altitude, onde o clima é mais ameno", afirma.
O inverno extremamente seco e as altas temperaturas são fatores inéditos para a região, gerando incertezas em relação ao futuro da cafeicultura local. "Nunca antes tivemos um inverno tão seco e quente. Esperamos que isso não afete muito a próxima safra, mas a de 2024 já está comprometida", conclui o produtor.