A morte de Izquierdo, jogador de 27 anos do Nacional-URU, acontece 20 anos após a perda do zagueiro Serginho, capixaba e então jogador do São Caetano, que sofreu uma parada cardiorrespiratória durante uma partida. Ambos os casos aconteceram no MorumBis e em jogos contra o São Paulo.
Izquierdo sofreu uma arritmia seguida de parada cardíaca na última quinta-feira (22) e não resistiu. O jogador estava internado na UTI no Hospital Israelita Albert Einstein.
O quadro do jogador piorou no último domingo, com "progressão do comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana". Ele passou por cuidados intensivos neurológicos e estava respirando por meio de ventilação mecânica.
O zagueiro teve uma leve arritmia detectada em um exame no Incor (Instituto do Coração) oito meses antes de sua morte. Segundo Paulo Donizetti Forte, médico do São Caetano na época, a condição do jogador não apresentava riscos ou impedia o atleta de entrar em campo.
Um prontuário médico, no entanto, destacava o "risco de morte súbita" e que Serginho tinha um problema grave no coração. O documento foi assinado pelo médico Edimar Alcides Bocchi, então diretor da unidade clínica de insuficiência cardíaca do Incor. O médico, porém, voltou atrás e afirma que a morte do jogador foi uma "fatalidade".
Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano, e Paulo Forte foram denunciados pelo promotor Rogério Zagallo. Inicialmente, por dolo eventual. No ano seguinte, o caso foi classificado como homicídio culposo, sem intenção de matar. Em 2013, porém, ele foi arquivado.
Pelo episódio, o São Caetano perdeu 24 pontos no Brasileirão e só não foi rebaixado porque havia feito uma boa campanha -tinha 77 pontos, em quinto lugar, antes da punição, e terminou na 18ª posição. Naquela temporada [2004], o campeonato foi disputado por 24 clubes.
O presidente e o médico do clube também foram punidos. Nairo teria de ficar afastado das suas funções por dois anos. Paulo, por quatro. As penas, entretanto, foram reduzidas à metade meses depois.