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Pelo menos 12 grandes rios brasileiros estão secando, aponta estudo; saiba quais

Levantamento de laboratório da Universidade Federal de Alagoas indica problemas na Amazônia, Centro-Oeste e Sudeste. Ao menos nove hidrelétricas ficam nos leitos afetados

Por Regional ES

12/09/2024 às 11:01:00 - Atualizado há
Imagem da UHE de Estreito, no Rio Tocantins — Foto: Consórcio Estreito Energia/ arquivo

Um levantamento do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), mostra que os maiores rios do país estão secando. A seca atual atinge 55% do território nacional e é a mais extensa já registrada, atingindo 4,6 milhões de km².

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Por satélite, o laboratório detectou redução na vazão de rios, lagos e reservatórios das regiões Centro Oeste, Sudeste e da Amazônia.

Pelo menos 12 grandes rios já são afetados. Na lista de maior redução no volume de águas estão os rios Manso, Paranaíba e Jequitinhonha, em Minas Gerais; Tocantins, entre os estados de Tocantins e Maranhão; e o Rio Paraná, no trecho entre São Paulo e Mato Grosso do Sul.

Monumento Nacional do Rio São Francisco, em Alagoas Ministério do Turismo / Divulgação — Foto: O Globo
Monumento Nacional do Rio São Francisco, em Alagoas Ministério do Turismo / Divulgação — Foto: O Globo

Na Amazônia, o levantamento registra as reduções mais significativas nos rios Mamiá, em Coari, Tefé e Badajós. Todos cortam o estado do Amazonas. O Tefé possui cerca de 350 km de extensão, formando o lago de Tefé antes de desembocar no Rio Solimões. O Rio Badajós é afluente da margem esquerda do Solimões.


O Rio Mamiá, por sua vez, é cercado por uma área de 30 mil hectares de floresta nativa preservada. Estudos mostram que o local abriga 50 milhões de árvores, onde vivem cerca de 208 espécies, incluindo várias em risco de extinção, como o Tucano-de-Bico-Preto e o Macaco-Aranha-de-Cara-Preta.

Atividades dependem dos rios

Segundo o professor Humberto Barbosa, responsável pelo levantamento, os principais rios do Brasil registram níveis muito baixos em decorrência da seca, como é o caso da Amazônia, o que prejudica todos os brasileiros, que dependem deles para várias atividades.

O controle do nível da água dos rios, lagos e reservatórios é importante para abastecimento humano e de animais, agricultura, piscicultura, transporte e geração de energia.

O estudo mostra que pelo menos nove usinas hidrelétricas brasileiras podem ser afetadas por essa redução do volume de águas. O Rio Jequitinhonha abriga a segunda maior barragem do Brasil, a da UHE Irapé. No Rio Paranaíba está a UHE São Simão. No Rio Paraná está instalada a UHE Porto Primavera, por exemplo.

Moradores coletam água em banco de areia do Rio Madeira, na Amazônia, no último sábado — Foto: Michael Dantas/AFP


No Tocantins, está instalada a UHE Estreito, no trecho entre Maranhão e Tocantins. O nome faz referência justamente à característica do rio, que é mais estreito nessa área.


No Rio São Francisco a situação é ainda mais grave. Além de abastecer centenas de municípios, ele gera energia por meio de cinco usinas hidrelétricas - Sobradinho, Apolônio Sales, Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Xingó.

Problema internacional

A baixa vazão dos rios é também uma questão internacional, pois prejudica países vizinhos. É caso do lago natural Baía Grande, que faz parte da bacia Amazônica e é dividido entre Brasil e Bolívia, onde é chamado de Laguna Marfil. O lago tem uma superfície de cerca de 100 km2, das quais 52% pertencem à Bolívia e 48% ao Brasil.

Barbosa prevê que, na Amazônia, o bloqueio atmosférico pode ser quebrado nos próximos dias devido à atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), fenômeno que leva chuvas à região.

Fonte: O Globo
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