Por outro lado, no mesmo período a produção de petróleo no Estado deve cair 2,7%, segundo projeção do anuário do setor, elaborado pela Findes
O Espírito Santo deve receber, nos próximos quatro anos, um total de R$ 8,1 bilhões em investimentos para o setor de óleo e gás. Entre as empresas que deverão aportar recursos em território capixaba estão Petrobras, Karavan Oil, Shell, PetroRio, Imetame e ES Gás — empresa da qual o Estado é sócio majoritário.
O estudo indica ainda que o descomissionamento de 680 poços de petróleo no Espírito Santo deve gerar R$ 2,4 bilhões em negócios entre os anos de 2022 e 2026.
O descomissionamento consiste basicamente em desmobilizar as estruturas que realizavam a exploração do petróleo e fazer a recomposição ambiental do local onde até então era feita a atividade.
O documento é produzido pelo Observatório da Indústria, com o apoio do Sebrae e do Fórum Capixaba de Petróleo, Gás e Energia.
Atualmente, o Espírito Santo é o terceiro maior produtor de petróleo do Brasil, com 8,4% de participação na produção nacional. Além disso, é o quarto do ranking na produção de gás natural, respondendo por 4,9% da produção nacional.
De acordo com a economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, a retração da atividade petrolífera está atrelada a alguns fatores como o ambiente internacional menos favorável e o pouco interesse das petroleiras nas áreas de nova fronteira (áreas a serem exploradas) de produção de petróleo e gás.
"Além disso, os campos produtores perderam espaço dentro da carteira de investimentos das grandes petroleiras, sendo mantidos com a produção abaixo da capacidade. Esse panorama, atrelado às fases de declínio natural da produção da maioria dos campos produtores, proporcionou um cenário de queda no nível de atividade do setor no Espírito Santo", justificou.
Espera-se que até 2025 a produção de petróleo em mar (offshore) tenha uma queda média anual de 2,7%, alcançando uma produção de 64,4 milhões de barris. Para o gás natural, projeta-se um aumento médio anual de 1,02%, até 2025, alcançando uma produção de 2,1 bilhões de metros cúbicos (m³).
No ambiente onshore (em terra), espera-se que até 2025 a produção de petróleo tenha uma queda média anual de 3,58%, atingindo 2,5 milhões de barris. Em relação ao gás natural, espera-se que o insumo tenha uma queda média anual na produção de 3,62% até 2025, chegando a 21,7 milhões de m³.
"O Anuário nos ajuda a entender as perspectivas para os próximos anos e isso é fundamental para que o poder público, a iniciativa privada e a sociedade planejem o futuro do setor e a forma mais eficiente de aplicação dos recursos gerados a partir desta cadeia produtiva", destacou a presidente da Findes, Cris Samorini.