No Brasil, segundo dados do Ministério Público do TrabalhoNo Brasil, segundo dados do Ministério Público do Trabalho, a média dos últimos dez anos foi de uma morte por acidente de trabalho a cada quatro horas, a média dos últimos dez anos foi de uma morte por acidente de trabalho a cada quatro horas
Trabalhar em algumas áreas exige, além do esforço necessário para a realização das atividades laborais, a disposição de estar mais exposto ao risco de sofrer um acidente de trabalho. Dependendo da gravidade, o acidente pode causar no trabalhador graves sequelas — seja de ordem física ou psicológica — ou até mesmo a perda da vida.
No Espírito Santo, 70 pessoas morreram no ano passado vítimas de acidentes de trabalho, segundo dados do Ministério Público do Trabalho do Estado (MPT-ES). Ao longo de 2021, o órgão recebeu cerca de 11,8 mil notificações de acidentes desse tipo, sejam eles graves ou não.
Ainda de acordo com o MPT-ES, entre 2012 e 2021, foram registrados 122.371 acidentes de trabalho no estado. Nesse período, o ano que teve o maior número de registros foi 2014, com 14.053.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, entre as profissões com maior risco de acidentes e de afastamento por problemas de saúde estão as de servente de pedreiro, transporte de pequenos valores — que inclui os motoboys —, trabalhadores da agricultura e técnicos de enfermagem.
Dados nacionais do Ministério Público do Trabalho apontam que, no Brasil, foram registrados cerca de 571,8 mil acidentes, que resultaram em 2,5 mil mortes.
O procurador do MPT-ES lembra que, entre 2012 e 2021, foram mais de 6 milhões de acidentes em todo o País, com 23.644 mortes, equivalendo a uma a cada 3 horas e 50 minutos.
Quem já sofreu na pele os problemas causados por um acidente de trabalho foi o pedreiro Osvaldino de Sousa Coelho, que lembra detalhes daquele que ele considera como o pior dia de sua vida.
Na ocasião, ele caiu de uma altura de oito metros, durante o trabalho em uma obra. No momento em que trabalhava, Osvaldino não usava o cinto de segurança.
"O andaime desabou e eu acabei caindo em pé em um monte de areia, que amorteceu a minha queda. Porém, mesmo assim, tive fraturas de terceiro grau no pé esquerdo e segundo grau no direito. O que faltou mesmo para evitar esse acidente foi o cinto de segurança", reconheceu.
Na ocasião, ele trabalhava como motoboy, sem carteira assinada, e acabou nem entrando nas estatísticas oficiais. O motorista do carro que provocou o acidente fugiu do local sem prestar socorro.
"Na pandemia quando ele perdeu o emprego, ele teve a ideia de comprar uma moto e começou a trabalhar como motoboy, para não ficar parado. É difícil de lembrar, ele era incrível", lembra.
*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV /