Bilionário revelou no seu perfil que o tamanho da amostra para as verificações da rede social sobre bots e contas falsas era de 100. Elon Musk
O bilionário Elon Musk afirmou nas redes sociais que a equipe jurídica do Twitter o acusou de violar um acordo de confidencialidade ao revelar que o tamanho da amostra para as verificações da plataforma sobre bots e contas falsas era de 100.
"O departamento jurídico do Twitter acabou de ligar para reclamar que eu violei seu NDA ao revelar que o tamanho da amostra de verificação de bot é 100!" tuitou Musk em sua conta, no sábado (14).
Na sexta-feira (13), Musk chegou a afirmar que seu acordo de US$ 44 bilhões para tornar a empresa privada estava "temporariamente suspenso" enquanto ele aguardava dados sobre contas falsas.
Horas depois, afirmou que continuava comprometido com a compra, mas disse que sua equipe testaria "uma amostra aleatória de 100 seguidores" no Twitter para identificar os bots.
Quando um usuário pediu a Musk para "elaborar o processo de filtragem de contas de bots", ele respondeu: "Eu escolhi 100 como o número do tamanho da amostra, porque é isso que o Twitter usa para calcular <5% falso/spam/duplicado".
O bilionário ainda brincou com a situação: "Os bots estão bravos por serem contados ????", escreveu.
Musk respondeu internauta sobre como será feita a amostra aleatória
Reprodução/Twitter
Musk ainda afirmou na madrugada deste domingo (15) que ainda não viu "qualquer" análise que mostre que a empresa de mídia social tem contas falsas menos de 5%.
Mais tarde, disse que "há alguma chance de ser mais de 90% dos usuários ativos diários".
Dados de usuários
Musk publicou que a compra do Twitter estava suspensa.
Reprodução
Dados do Twitter indicam que os perfis fake e usados para postagens de mensagens de spam representam 5% da base de 229 milhões de usuários ativos da rede.
O magnata já demonstrou publicamente sua preocupação com a possibilidade do Twitter "estar morrendo". Além dos perfis falsos, Musk aponta que várias contas de celebridades têm muitos seguidores, mas não têm conteúdo publicado frequentemente na plataforma.
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Em resumo, bots ou robôs são contas controladas por um programa de computador que pode fazer todas as ações de um usuário comum do Twitter: curtir conteúdos, seguir outros usuários, publicar e retuitar postagens.
Esse tipo de conta pode ser usado para diversos fins: desde informar sempre que determinado perfil posta uma nova mensagem até disseminar notícias falsas. (Saiba mais sobre o uso malicioso de bots no Twitter)
Já contas falsas ou perfis fake são contas que representam uma pessoa, organização ou empresa que não existe realmente nas redes sociais. Eles podem ser criados usando nomes, informações e fotos de celebridades, personagens da ficção ou até mesmo fazendo uso indevido de dados de terceiros.
Não necessariamente um perfil falso é um robô. Tanto no Twitter quanto em outras redes sociais há perfis que são usados e atualizados por usuários reais.
Já os chamados bots de spam usam essas ações para atividades que podem ser prejudiciais, como divulgação excessiva de marketing para determinada empresa ou disseminação de mentiras para influenciar a opinião dos usuários a respeito de um assunto ou político.
No caso de robôs envolvidos em golpes, eles também podem ser chamados de scam bots. O próprio Elon Musk comentou em entrevista recente que vive esbarrando em golpes que usam a promessa de lucros com criptomoedas para atrair vítimas.
Quantas contas falsas o Twitter tem?
Não é possível chegar a um número exato de quantas contas falsas existem na rede social. Em seu último relatório de resultados enviado para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), o Twitter afirma ter conhecimento de que "existem várias contas falsas ou de spam na plataforma".
A empresa estima que elas representem 5% da base de 229 milhões de usuários ativos da rede social. O que significa que estariam em torno de 11,5 milhões de contas. Só que o próprio Twitter reconhece que essa informação pode ser diferente.
"Nossa estimativa de contas falsas ou de spam pode não representar com precisão o número real de tais contas, e o número real de contas falsas ou de spam pode ser maior do que estimamos", afirma o documento enviado pela rede social à SEC.
De acordo com o documento, o time da rede social aplicou um "julgamento significativo" para chegar a esse dado. Ou seja, não é possível dizer quanto essa estimativa foi influenciada ou quais critérios a empresa usou para chegar à informação.
Curiosamente, após o anúncio do acordo com Musk, um movimento atípico no Twitter chamou a atenção de especialistas: perfis conservadores, incluindo o do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), ganharam milhares de novos seguidores.
Em entrevista à BBC Brasil, o CEO da plataforma BotSentinel, Christopher Bouzy, diz que essas contas não são "orgânicas". Já o Twitter afirmou que as oscilações parecem ter ocorrido de forma natural.
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