Geral julgamento

MPES pede anulação da absolvição em julgamento em que advogada simulou desmaio

Por causa da simulação, o julgamento, realizado em agosto de 2019, precisou ser suspenso. Foi remarcado três meses depois e os réus, acusados de homicídio, foram absolvidos

Por Regional ES

03/06/2022 às 06:31:45 - Atualizado há
Foto: Divulgação

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) pediu nesta quinta-feira (02) ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) que seja anulada a sentença de um julgamento em que duas advogadas foram consideradas suspeitas de armarem uma simulação de desmaio durante uma sessão do Tribunal do Júri, em agosto de 2019.

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Por causa da situação, o julgamento, que era realizado no Fórum Criminal de Vitória, precisou ser cancelado antes de ser concluído.

Ele foi retomado três meses depois e os réus, que respondiam por homicídio, foram absolvidos. "Na oportunidade, por conhecer previamente a tese de acusação, a defesa obteve sucesso na fraude com a absolvição dos réus. Para tanto, foi utilizada uma nova técnica de defesa, inclusive com a inclusão de um novo advogado para representar um dos réus e mudança de versão no interrogatório, de modo a construir uma estória que rebatesse a tese acusatória de modo mais verossímil", apontou o MPES.

Relembre o caso

De acordo com a denúncia do MPES, a advogada Patrícia dos Santos Ferreira Cavalcanti fingiu estar passando mal durante o julgamento de dois acusados de participação em um homicídio. Os dois réus eram representados pela advogada.

Foto: Reprodução / Instagram
A advogada Patrícia dos Santos Ferreira Cavalcanti é apontada pelo Ministério Público Estadual de ter fingido que passava mal durante julgamento de seus cliente, dois acusados de homicídio

PATRÍCIA: "aqui, eu estou querendo passar mal no meu júri. Cara, peguei duas defesas para fazer ontem em cima da hora, mas o promotor está arregaçando com o meu cliente, e o outro também..."

PAULA: "desmaia"

[...]

PATRÍCIA: "ah tá!, Tá na segunda ponte. Amiga, sobe direto para o plenário, eu vou passar mal"

PAULA: "calma!"

PAULA: "tá, calma"

PATRÍCIA: "não, eu não estou calma não."

PAULA: "fica calma que eu estou chegando"

O MPES destaca ainda que a simulação armada por Patrícia e Paula foi primordial para que a advogada conseguisse, durante a nova sessão, remarcada para o dia 20 de novembro daquele ano, convencer o novo conselho de sentença a absolver seus clientes do crime de homicídio.

O que dizem as defesas das advogadas

"É uma das coisas mais absurdas que existe no processo penal. Isso não faz o menor sentido. Os réus em questão não são meus clientes, não os conheço. Mas o que estão fazendo com o trabalho da defesa neste caso, com o trabalho de Paula, é um ataque direto à ordem jurídica e ao estado democrático de direito. Uma vez absolvido o réu e transitado em julgado, o processo acabou! Esse pedido não tem a menor base legal".

A reportagem não conseguiu contato com o advogado Leonardo Gagno, responsável pela defesa da advogada Patrícia dos Santos Ferreira Cavalcanti. O espaço segue aberto para manifestação.



Fonte: Redação Folha Vitória
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