A dependência de matéria-prima importada para a fabricação de medicamentos e problemas de logística tem levado algumas farmácias do Espírito Santo a registrar falta de alguns remédios.
A família do José Wander Neves é uma das que já percebeu o problema. Na semana passada, ele e os familiares fizeram uma força-tarefa para comprar um antibiótico para a sobrinha, que estava com uma crise de sinusite.
"Meu irmão ficou desesperado e pediu ajuda a família. Juntou os irmãos e os cunhados. Foi um dia quase inteiro ligando e procurando. De noite é que a gente foi conseguir encontrar o remédio", contou.
Segundo o farmacêutico Sílvio Louzada, determinados antibióticos para crianças e alguns remédios contra diabetes estão em falta, assim como alguns antialérgicos à base de cortisona.
Ele conta ainda que a procura por antigripais tem aumentado. De acordo com o farmacêutico, há estoque suficiente no país para alguns medicamentos, mas a logística de abastecimento não tem acompanhado o crescimento do consumo.
"Houve um aumento muito grande de problemas respiratórios, tosses e gripes. A população passa pelo médico e vem com a receita até a farmácia para se medicar. Isso aumenta a procura e começa a faltar nas distribuidoras", disse.
O representante do Conselho Federal de Farmácia no Espírito Santo, Gedayas Medeiros, explica que o problema começou na pandemia e se agravou com a guerra na Ucrânia. "A guerra, a pandemia, isso tudo fragilizou e deixou mais difícil a produção e importação dos insumos".
A reportagem questionou `a Associação Brasileira da Indústria Químico-Farmacêutica sobre os relatos de falta de medicamentos no Espírito Santo, mas até a publicação não houve retorno. O espaço segue aberto e assim que recebermos um posicionamento o texto será atualizado.
*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV.
Redação Folha Vitória