Polícia Assassinato

Ciclista morto no ES tomou suco com remédio tarja preta e implorou pela vida antes de ser assassinado

O filho da vítima contou que preparou uma jarra de suco de maracujá com 30 comprimidos dissolvidos e, em seguida, ele e a companheira, mataram o pai

Por Regional ES

08/07/2022 às 06:21:58 - Atualizado há
Foto: Reprodução

O assassinato do ciclista Duramir Monteiro Silva, de 56 anos, que teria sido morto pelo próprio filho e pela nora, ganhou mais um desdobramento nesta quinta-feira (07). A Polícia Civil de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, colheu novas informações sobre o crime, ocorrido no dia 28 de junho.


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Durante interrogatório, o filho da vítima deu novos detalhes, revelando à Polícia Civil que o crime foi premeditado e caindo em contradição em relação à versão que foi dada inicialmente.

"Segundo o filho da vítima, ele preparou uma jarra de suco de maracujá com 30 comprimidos dissolvidos e ofereceu para o pai, que voltou para a casa após um circuito de ciclismo. Após a vítima ingerir todo o conteúdo da jarra, a nora da vítima se dirigiu ao homem e perguntou se ela tinha permissão para matar o pai dele, afirmando que só o executaria mediante permissão", informou o titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cachoeiro de Itapemirim, delegado Felipe Vivas.
"Após errar o golpe, a mulher disse para o marido dela executar a vítima, pois ele ainda estava vivo. Nesse momento, a vítima implorou pela vida, pedindo para que o filho não o matasse, porém, o pedido de piedade não foi suficiente e o homem desferiu mais seis golpes de faca no homem, no peito e nas costas. A nora da vítima finalizou dando um corte na jugular dele", contou o delegago.
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Quando questionado sobre a motivação do crime, o suspeito respondeu que a esposa e ele tinham planejado o assassinato para ganhar uma herança que seria destinada ao filho do casal, visto que a esposa havia relatado que estava grávida.

A suposta gravidez foi desmentida pela Polícia Civil, durante diligências realizadas para a prisão da suspeita. Após receber essa informação, o acusado disse que não sabia que ela estava mentindo. Ele também relatou que consideraram outros dois membros da família como alvos.

Após matar a vítima, o casal se dirigiu até a localidade de Estrela do Norte, em Castelo, onde eles atearam fogo no corpo. O suspeito contou que, após verificar que o cadáver estava totalmente incinerado, ele desferiu golpes contra o crânio para que este "desaparecesse". Posteriormente, o casal voltou para Cachoeiro de Itapemirim e seguiu até uma padaria.

Relembre o assassinato do ciclista no Sul do ES

A Polícia Civil localizou na última segunda-feira (4), em Cachoeiro de Itapemirim, um corpo que pode ser do ciclista e motorista de aplicativo Duramir Monteiro Silva, desaparecido há quase uma semana. Embora a família tenha afirmado que o corpo é do homem, a polícia esclareceu que só é possível confirmar após o resultado do exame de DNA.

A motivação teria sido suposto assédio sexual

Segundo alegação do filho da vítima, que confessou ter cometido o crime junto à companheira, a motivação do assassinato teria sido um suposto assédio, com conotação sexual, à noiva gestante.

"Eles alegam que a motivação foi o Duramir ter tentado agarrar, com finalidade sexual, a companheira desse rapaz, mas nós vamos ainda apurar se procede ou se tem outra motivação, sobretudo com cunho patrimonial. Há várias contradições e uma frieza surreal neste caso", disse a autoridade policial.

Uma das questões que chamam atenção é que a vítima desapareceu ainda no dia 28 de junho e apenas no dia 1º de julho o desaparecimento foi noticiado.

Ao terem mudado a versão dos fatos, o suspeito passou a dizer que o crime foi cometido porque o pai teria tentado "agarrar a noiva dele". A partir de então, a jovem teria golpeado o sogro, e o filho a teria apoiado com outros golpes.

Indiciamento

Pelos crimes, o casal deverá responder, segundo a autoridade policial, por homicídio doloso qualificado por meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além da destruição do cadáver.

O corpo da vítima foi levado para o Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim e já foi feita a coleta de DNA de um familiar, para confirmar que o cadáver é mesmo do ciclista. O resultado do exame deve sair em aproximadamente 30 dias.

Fonte: Folha Vitória
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