"É uma sensação maravilhosa, não consigo nem acreditar que meu filho está em casa!", expressa Karolline Anne Costa Moura, que viveu um ano e sete meses com seu filho, Pietro, internado no hospital e, agora, pode levá-lo para casa.
O jornal A Tribuna, na edição do dia 28 de junho, revelou o drama vivenciado pela mãe de 27 anos que se mudou da Serra para Vila Velha a fim de conseguir acompanhar o filho. Ele estava internado desde 2020 no Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves. O bebê passou por 22 cirurgias desde que nasceu.
O processo para conseguir o tratamento em casa não foi nada fácil, como relata Karolline, que buscou a Justiça no início do ano para levar seu bebê, finalmente, para casa.
Ela relata que, mesmo com decisão judicial a favor, só conseguiu concretizar o pedido na tarde da última quarta (6). "Foi uma luta muito grande conseguirmos levá-lo para casa. Nós esperamos tanto por esse momento e, agora, ele está aqui!", diz a mãe, emocionada.
Por isso, ele necessita de nutrição parenteral, método de aplicação de nutrientes por via gastrointestinal.
Com o home care, uma equipe realizará todo o procedimento de alimentação em casa, de três em três horas. Apenas consultas esporádicas serão feitas no hospital, com pediatras e gastroenterologista.
O serviço conta com suporte de uma técnica de enfermagem 24 horas, uma enfermeira, que faz visitas diárias ao bebê, e fisioterapeuta, uma vez por dia.
Karolline Anne Costa Moura, mãe de Pietro
"Nunca perdemos a esperança"
A Tribuna - Quando soube que iria poder levar seu filho para casa?
Karolline Moura - O coordenador do home care ligou para mim no final do mês passado, depois da reportagem ser publicada, avisando que tinha recebido o caso do Pietro e iria acompanhá-lo. A empresa é do Rio, eles fizeram visitas e, agora, estamos em casa.
Quando foram para casa?
Nós chegamos ontem, depois do almoço. O grupo de enfermagem do hospital que acompanhou o Pietro fez uma festa gigantesca de despedida com balões, música. Foi muito lindo.
Qual o sentimento de conseguir levar seu filho para casa?
É inexplicável o sentimento que tenho agora! A gente sempre tinha muita esperança de um dia trazer ele para casa. Por mais que não soubéssemos quando, nem como recorrer para conseguir trazê-lo, nunca perdemos a esperança.
Como será feito o tratamento agora?
Agora, todo o tratamento que ele recebia no hospital é realizado em casa, só as consultas com pediatra, nutróloga e gastroenterologista que precisam ser no hospital, periodicamente.
Como é formada a equipe de home care? Quais os profissionais que irão acompanhar o Pietro?
Em casa, o tratamento conta com o suporte de uma técnica de enfermagem, que fica 24 horas aqui, uma enfermeira que vem todos os dias acompanhar o estado de saúde dele e fisioterapeuta, também uma vez por dia.
O que faltava para ele ir para casa?
O que faltava para ele vir para casa mesmo era a nutrição parenteral, os nutrientes que ele toma diretamente na veia. Em casa, ele vai tomar segunda, quarta e sexta, a enfermeira virá instalar ainda.
A nutrição acontece quantas vezes por dia?
De três em três horas, ele recebe a dieta nutricional. Além dela, ele realiza refeições também pela boca.
Como é a alimentação do Pietro?
Ele toma o leite pela GTT, a gastrostomia, ele come também pela boca, almoça e janta, porém devido à cirurgia que retirou grande parte do intestino, ele não absorve todos os nutrientes que poderiam ser consumidos pela boca, precisa dessa outra forma de alimentação.
Qual a expectativa com a rotina a partir de agora?
Acho que será um pouco mais tranquilo, vai dar para descansarmos mais do que no hospital. Lá, era muito difícil conseguir dormir, a gente dormia e acordava muito fácil.
Acha que vai ser melhor para ele ter os cuidados em casa?
O ambiente domiciliar vai tornar muito mais confortável o cuidado com o Pietro. Tanto para ele quanto para nós, será muito melhor o descanso. Será muito importante para o desenvolvimento dele. No hospital, ele ficava só na cama e corria riscos de infecção, devido ao ambiente que é propício.
Como pode traduzir esse momento?
Sempre tivemos a esperança de que ele viria para casa. Poderia passar um ano, dois anos, uma hora ele viria para casa, e veio!