Em uma noite de atmosfera única no Maracanã, o Rubro-Negro reverteu a desvantagem ao vencer a equipe mineira por 2 a 0, com dois gols de Arrascaeta
O "inferno" prometido pelo Flamengo após a derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, foi colocado em prática nesta quarta-feira, na rodada de volta.
Em uma noite de atmosfera única criada por mais de 68 mil torcedores no Maracanã, o time de Dorival Júnior reverteu a desvantagem ao vencer a equipe mineira por 2 a 0, com dois gols de Arrascaeta, e avançou às quartas de final.
O brilho da festa foi um pouco apagado por alguns episódios de confusão e violência que antecederam a partida. Torcedores rubro-negros invadiram o estádio pelo setor norte, em meio a empurrões e grades derrubadas.
Além disso, o ônibus do Atlético-MG foi apedrejado na chegada e teve um dos vidros atingido, mas nenhum membro da delegação alvinegra ficou ferido.
Antes disso, a diretoria atleticana direcionou ao STJD uma denúncia na qual acusava Gabigol de incentivo à violência por ter dito que, no Maracanã, o time mineiro conheceria "o que é pressão e o que é inferno", após a derrota em Belo Horizonte.
A denúncia foi arquivada, e, ao longo dos dias seguintes, a promessa de "inferno no Rio" foi reafirmada várias vezes, inclusive pelo vice-presidente flamenguista Marcos Braz.
Dedicada em instaurar o clima insistentemente anunciado, a torcida fez um fumaceiro em preto e vermelho que tomou todo o estádio e atrasou o início da partida em quase dez minutos.
Ele entrou no gramado e recebeu muitos aplausos. O Maracanã recebeu, ainda, outros espectadores distintos: Cleber Xavier e César Sampaio, auxiliares de Tite na seleção brasileira.
Em campo, os jogadores do Flamengo entraram em sintonia com a torcida e infernizaram os atleticanos. A pressão foi colocada em prática desde os primeiros minutos, graças a uma boa atuação coletiva, potencializada por destaques individuais.
A qualidade de passe de Everton Ribeiro aliada à movimentação inteligente de Arrascaeta, que ofereceu perigo pelos lados e pelo meio, e o bom apoio de Rodinei pela direita deixaram a defesa adversária em situação bastante complicada.
O atacante ganhou dividida contra Allan no meio de campo, avançou em velocidade e acertou uma linda enfiada de bola em direção à área, onde o uruguaio se lançou de carrinho para colocar a bola no cantinho. Após revisão da arbitragem de vídeo para checar se houve falta de Pedro, o gol foi validado.
Dominado no primeiro tempo, o Atlético começou a passar mais tempo no campo de ataque durante os primeiros minutos da etapa final, porém sem qualidade na conclusão das jogadas. Hulk, um dos principais nomes do time, mostrou nervosismo e ficou apagado com a bola nos pés.
Aos 18 minutos, Thiago Maia desviou cruzamento dentro da área e Arrascaeta apareceu sozinho para concluir de peixinho. Everson chegou a defender, mas a bola já havia passado da linha, como concluiu o VAR após mais uma análise de lance decisivo.
Nos minutos finais, contudo, o clima foi de apreensão, até porque bastava um gol para o Atlético levar a decisão aos pênaltis. Foi aí que as bolas começaram a demorar para voltar ao gramado quando saiam pelas linhas, o que fez o árbitro adicionar mais minutos aos seis de acréscimo anunciados inicialmente. A ansiedade flamenguista se estendeu um pouco, mas o apito soou com o 2 a 0 no placar.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 2 X 0 ATLÉTICO-MG
ATLÉTICO-MG - Everson; Mariano, Nathan Silva, Júnior Alonso e Guilherme Arana; Allan (Igor Rabello), Jair (Otávio), Zaracho (Vargas) e Nacho Fernández (Rubens); Ademir (Keno) e Hulk. Técnico: Antonio Mohamed.
GOLS - Arrascaeta, aos 45 minutos do primeiro tempo e aos 18 minutos do segund tempo.
ÁRBITRO - Wilton Pereira Sampaio (GO).
CARTÕES AMARELOS - João Gomes, Thiago Maia e Everton Ribeiro (Flamengo); Allan e Mariano. (Atlético-MG).
CARTÃO VERMELHO - Junior Alonso.
RENDA - R$ 3.423.620,25
PÚBLICO - 68.747 total (62.624 pagantes)
LOCAL - Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ).