O número é referente aos casos registrados de janeiro a abril deste ano. Em comparação ao mesmo período no ano passado, houve um aumento de 8%
Uma realidade de agressões que têm sido cada vez mais frequente para pessoas idosas. De acordo com dados da Polícia Civil, já foram registrados 673 boletins de ocorrência de violência contra idosos de janeiro a abril deste ano. No Espírito Santo, o número de casos cresceu 8% em relação ao mesmo período no ano passado. A delegada titular da Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso (Depi), Milena Gireli, explicou o motivo desse aumento no número de registros de violência contra idosos no Estado em relação a 2021.
"Estávamos naquele período de covid, então verificamos que os idosos estavam mais preocupados de sair e, por isso, ficavam mais em casa. Esse ano, com possibilidade de sair, eles estão registrando mais ocorrências. Ano passado, por exemplo, houve uma redução nos registros presenciais, porém um aumento de denúncias anônimas. Esse período que eles ficaram muito presos em casa, aumentou muito as brigas familiares em relação ao convívio", disse
"Na maioria das vezes, eles chegam na delegacia, mesmo lesionados e tendo feito o exame no DML, dizendo que caíram e que não foi o filho ou a filha que o agrediu. Eles falam que aconteceu um acidente dentro de casa. Defendem dizendo que o filho é maravilhoso. O idoso, muitas vezes, nessa vulnerabilidade de ser uma pessoa mais frágil, acaba sendo dependente daquele familiar. Então, ele fica com medo de dar andamento no processo e ficar sozinho", ressaltou
Diante dessa realidade, buscando dar proteção e respeito aos idosos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 15 de junho, criou o Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa.
De acordo com a delegada, a polícia observou um aumento significativo de filhos usuários de drogas agredindo os pais. Por nota, a Polícia Civil informou que o caso está investigado pela Depi e, para preservar as apurações, não serão divulgados detalhes das investigações.
Saiba quais são os tipos de violência contra as pessoas idosas
O tipo mais comum é a negligência, ou seja, quando os responsáveis pelo idoso deixam de oferecer cuidados básicos como higiene, saúde, medicamentos, proteção contra frio ou calor.
Outro exemplo é a violência física, isto é, quando se usa da força para obrigar as vítimas a fazerem algo que elas não querem, ferindo, provocando dor, incapacidade ou até mesmo a morte.
A violência sexual também entra na lista. Casos em que a pessoa idosa é incluída em um ato ou jogo sexual homo ou heterorrelacional com a intenção de obter excitação, relação sexual ou práticas eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças.
A violência psicológica ou emocional é considerada a mais sutil das violências, pois inclui comportamentos que prejudicam a autoestima ou o bem-estar do idoso. Exemplos que caracterizam a violência são xingamentos, sustos, constrangimentos, destruição de propriedade ou impedimentos de que vejam amigos ou familiares.
No Brasil, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) lançou a Campanha Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa com o intuito de abordar medidas de prevenção e auxiliar na identificação de situações de violência, já que em muitos casos, a vítima não enxerga dessa maneira.
- Unidades municipais de saúde;
- Delegacias;
- Disque 100 (Direitos Humanos);
- Polícia Militar (em situações de risco eminente): 190.
A polícia ressalta a importância de serem feitos os registros na delegacia, sem precisar de identificar. A denúncia pode ser feita presencialmente ou em qualquer delegacia.