Na palma da mão, e até de forma gratuita e aberta, é possível ter acesso a um vasto conteúdo com cenas de sexo explícito. Com o acesso facilitado, especialistas alertam para o crescimento do vício em pornografia.
O médico psiquiatra e psiquiatra forense Jairo Navarro afirmou que a internet facilitou muito o acesso a conteúdos de sexo. "Antigamente, há 15 ou 20 anos, a pessoa tinha de pegar um vídeo na locadora ou comprar um DVD, ou ainda comprar uma revista em banca. Isso, hoje, praticamente acabou. No smartphone mesmo você consegue o acesso pela internet".
Ele completou que quanto maior o acesso a alguma situação ou substância, maior a chance de se tornar dependente, pela exposição. Ele ainda fez um alerta: quanto mais cedo na vida a pessoa é exposta, maior a chance também de desenvolver uma dependência.
A médica psiquiatra Letícia Mameri salientou que o vício em pornografia é como qualquer outro, configurado por uma necessidade cada vez mais frequente de uso. "A pessoa passa a ter dificuldade em fazer outras coisas. Há uma degradação das atividades do dia a dia".
A médica psiquiatra Janine Moscon acrescentou que, do ponto de vista psiquiátrico, consumir pornografia não é um problema, em si.
"Se isso não afeta a vida pessoal, a rotina ou a vida, ou seja, se isso não traz prejuízo, ver um filme ou uma revista com conteúdo pornográfico não é problema. Muitos casais gostam de assistir a filmes de conteúdo adulto, fazer brincadeiras, usar fantasias. Isso acontecendo de comum acordo, pode até contribuir para a vida sexual do casal".
No entanto, quando não tratado, ela apontou que o vício em pornografia pode levar a uma dificuldade em ter uma rotina de vida, de cumprir compromissos de trabalho ou estudo, de manter relacionamentos afetivos. "O tratamento inclui necessariamente a psicoterapia e, em alguns casos, medicações para controle de condições associadas como ansiedade".
Vício em pornografia:
- É caracterizado pela busca constante e irresistível de consumir, cada vez mais, conteúdo pornográfico, a ponto de causar danos psicológicos, físicos e sociais.
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- Quanto mais a pessoa consome, mais ela quer. Por isso, passa a ter prejuízos no relacionamento e até no desempenho de trabalho ou estudo, seja por dedicar tempo demais à pornografia, seja por não conseguir obter prazer de outras fontes.
Prejuízos:
- Quando não tratado, o vício pode levar a uma dificuldade em ter uma rotina e em cumprir compromissos de trabalho ou estudo, de manter relacionamentos afetivos. A pornografia passa a ter papel central na vida do indivíduo.
Facilidade de acesso
- Um dos cuidados com o acesso facilitado a imagens de sexo explícito é também o consumo desde muito cedo, por crianças e adolescentes.
- Especialistas alertam pais para monitoramento, filtros e aplicativos que limitam acesso aos conteúdos em aparelhos que filhos acessam.
Fonte: especialistas consultados.