Saúde Greve

Cirurgias são suspensas no Hucam após greve de enfermeiros

Algumas cirurgias eletivas foram suspensas, mas sindicato afirma que profissionais continuam atendendo serviços essenciais à população

Por Regional ES

21/09/2022 às 19:18:10 - Atualizado há
Foto: Reprodução

Enfermeiros da Empresa Pública de Serviços Hospitalares (Ebserh), que atuam no Hospital Universitários Cassiano Antônio Moraes (Hucam), entraram em greve nesta quarta-feira (21). Diante da paralisação, 12 cirurgias foram suspensas.


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Em entrevista ao Folha Vitória, o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (SindsepES), Carlos Chácara, informou que a greve acontece por tempo indeterminado. Os profissionais protestam a favor da reposição salarial de 3 anos e a manutenção das cláusulas sociais.

"No Hospital Universitário em Vitória temos 50% dos trabalhadores em greve, sendo esse número 650 do total de 1.300 trabalhadores do hospital", destaca.


"Queremos demonstrar o quanto somos essenciais para a população, pois, ao mesmo tempo, para o governo somos invisíveis e por isso queremos respeito e a reposição salarial que merecemos", reforça.

O Hucam informou, por meio de nota, que os atendimentos ambulatoriais não foram impactados. No entanto, 12 cirurgias precisaram ser suspensas.


Além disso, o hospital informou que a relatora do dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, determinou o percentual mínimo de manutenção de trabalhadores no Hucam.

"Eles são mantidos em seus respectivos locais de trabalho, na base de 50% (cinquenta por cento) em cada área administrativa e de 60% (sessenta por cento) para cada área médica e assistencial, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), em caso de descumprimento", destaca.

A estatal presta serviços de assistência pelo SUS nos hospitais universitários e é uma das maiores redes de saúde do país.

Foto: Reprodução

Mobilizações pelo piso da Enfermagem

Segundo a Secretaria de Saúde de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, tudo aconteceu por volta de 6h30 e somente alguns enfermeiros pararam. A participação foi optativa. A principal ponte da cidade chegou a ser interditada por cerca de duas horas.

Na Serra, manifestantes se vestiram de preto, em forma de luto, com cartazes, apitos e acessórios no nariz, fazendo alusão ao nariz de palhaço. O grupo se concentrou em frente ao Hospital Estadual Dório Silva, que fica em Parque Residencial Laranjeiras, na Serra.


Os enfermeiros protestam contra a lei nº 14.434/2022 definiu o piso salarial da enfermagem para auxiliares, técnicos de enfermagem, enfermeiros e parteiras, em agosto. Os valores fixados são de R$ 4.750,00 para enfermeiros, R$ 3.325,00 para técnicos de enfermagem e R$ 2.375,00 para auxiliares e parteiras.

Segundo a entidade, o estabelecimento destes valores pode provocar um impacto de até R$ 10,5 bilhões, o que poderia acarretar cortes de programas da área e demissão de funcionários do setor.


Vacinas são suspensas após mobilizações

As pessoas que procuraram atendimento nas unidades básicas de saúde de Vitória nesta quarta-feira (21) encontraram os serviços paralisados. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem aderiram à paralisação nacional da categoria. Os profissionais são contra a suspensão do piso salarial da Enfermagem.

Apesar das manifestações, os profissionais garantem que os atendimentos de urgência e emergência estão sendo realizados na Grande Vitória.

THOMAZINE


Veja na íntegra a nota da Ebserh

"A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) informa que, nesta quarta-feira (21), há uma paralisação dos empregados que têm vínculo com a Ebserh como parte das negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

No Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, os atendimentos ambulatoriais não foram impactados nesta quarta-feira. No entanto, 12 cirurgias precisaram ser suspensas neste mesmo dia.

Diante do impasse nas negociações, a Ebserh peticionou no dia 10 de agosto, no próprio TST, pedido para análise dos ACTs em curso, requerendo o julgamento imediato do dissídio coletivo, inclusive quanto aos ACTs em aberto.


O próprio TST sinalizou, em decisão proferida nesta terça-feira (20), que o processo já está se encaminhando para julgamento do mérito. Para que isso ocorra, basta que as entidades sindicais peticionem nos autos do dissídio coletivo concordando com o julgamento imediato pelo TST, inclusive com relação às cláusulas sociais e econômicas do ACT.

Entenda o Acordo Coletivo de Trabalho Ebserh

A Ebserh esclarece que o processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com as entidades sindicais teve mais de 20 rodadas, porém sem solução. Com o propósito único de viabilizar a conclusão, a empresa solicitou às entidades que apresentassem uma última contraproposta. Ao contrário do que sugere a boa prática em negociações coletivas de trabalho, as entidades sindicais apresentaram 3 propostas distintas e maiores do que as apresentadas anteriormente, ou seja, deixando claro que não estavam dispostas a nenhum tipo de negociação.


Sobre a dúvida conceitual criada em torno do dissídio coletivo de greve, a empresa reitera que as questões econômicas e sociais foram amplamente discutidas no âmbito do dissídio coletivo de greve, inclusive por meio de diversas audiências bilaterais mediadas pela relatora do processo no TST, Ministra Delaíde Alves Miranda Arantes, o que, de acordo com a jurisprudência do próprio TST, transformou aquele processo em dissídio coletivo de natureza mista. E é isto que tornou possível que os ACTs ainda em negociação possam ser julgados imediatamente, no âmbito do dissídio coletivo de natureza mista que já está em vias de ser julgado".

Fonte: Folha Vitória
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