Organização criminosa atua em vários Estados e seus integrantes se passam por advogados; uma das vítimas perdeu quase R$ 90 mil
Um golpe contra médicos tem se intensificado e preocupado a polícia no Espírito Santo. Criminosos se passam por advogados de processos de médicos que pedem na Justiça o pagamento de precatórios, que são dívidas judiciais do poder público. Os criminosos pedem uma transferência por Pix aos médicos e, em troca, prometem que o valor dos precatórios será depositado.
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"Se pede pagamento fornecendo a chave Pix é certeza que se trata de uma cilada. Nenhum advogado deve pedir esse tipo de pagamento, caso um processo tenha sido ganho na Justiça", alerta o diretor do Sindicato dos Advogados, Ben-Hur Farina.
"Temos relatos de um médico no interior do Estado que chegou a depositar R$ 86 mil para os golpistas. Nós cobramos da polícia mais rigor nas investigações porque este golpe não é de hoje, acontece há mais de cinco anos", afirma o advogado do Sindicato dos Médicos, Luiz Télvio Valim.
As mensagens, com o nome completo e número do processo, são utilizadas pelos criminosos para dar credibilidade ao golpe. Prometem que, após um depósito, os médicos iriam receber valores pedidos na Justiça.
Vinte denúncias foram feitas formalmente ao Sindicato dos Médicos do Espírito Santo. Cerca de 20% das vítimas, caíram no golpe.
"As vítimas são pessoas qualificadas, com informação. Mas como estão na expectativa de receberem o valor dos precatórios após tantos anos, essas vítimas se empolgam e acabam caindo", descreve.
Os criminosos se passam por advogados, que dão a entender que têm conhecimento das causas.
O nível de sofisticação do golpe faz com que a polícia não descarte a possibilidade de advogados integrarem a organização criminosa. Um tipo de estelionato que não é recente. Há relatos de casos semelhantes, que aconteceram há cinco anos.
Somente num inquérito instaurado em 2020, há uma organização criminosa sendo investigação no Ceará, que atua em todo o Brasil, incluindo no Espírito Santo.
O clínico geral Ismael Barbosa Ximenes recebeu uma mensagem, mas percebeu imediatamente que era um golpe. "Havia algo errado quando olhei o prefixo do telefone. Não era o 027, que é do Espírito Santo", ressaltou.
Em relação aos casos citados na reportagem, até o momento, ninguém foi preso. A polícia do Espírito Santo afirma que está em contato com autoridades de outros Estados.
Com informações do repórter Lucas Pisa, da TV Vitória/Record TV