A pandemia trouxe uma série de dificuldades para muitas famílias. E, como pais e avós, muitos aposentados seguraram as pontas naquele momento de dificuldade. Contudo, restaram contas para pagar.
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De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sindnap-ES), Jânio Araújo, durante a pandemia, os aposentados voltaram a ser arrimo de família, porque seus filhos e, seus netos ficaram desempregados e voltaram para casa dos aposentados, dos pais ou dos avós".
Ele destacou que 70% dos aposentados recebe um salário mínimo de aposentadoria. "Como que eles iriam manter toda essa família sem acabar tendo que fazer mais alguma dívida?", questionou. E explicou que é aí que entram os empréstimos consignados e até mesmo empréstimos com agiotas.
"Idosos chegam a chorar ao relatar o drama que vivem. Às vezes precisam de dinheiro para comprar remédio. Mas a saída que encontram é pegar com agiota, o que eles já entenderam que também é perigoso", destacou.
O sócio-fundador da Pedra Azul Investimentos, Lelio Monteiro, lembrou que sair do vermelho não é um assunto de simples resolução. "A primeira coisa que tem que se fazer é gastar menos do que se ganha".
Ele lembrou que o crédito cobra o preço dos juros. E quem está nessa situação pode tentar refinanciar a dívida ou fazer a portabilidade da dívida, transferindo-a para outra instituição com condições melhores, como juros menores.
Mais de 25% dos inadimplentes no Estado devem a bancos ou cartões. A especialista em finanças comportamentais e diretora de Projetos Sociais do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-ES), Sara Maiza, explicou que o cartão de crédito não é o vilão.
"Ter cartão de crédito não é o problema, a questão é como utilizar. Saliento que o cartão de crédito é um excelente recurso, porém o maior desafio das pessoas é compreender que ele não é um complemento da renda, o indicado é utilizar de forma saudável, pagando o valor total da fatura".
Ela detalhou que a maioria das pessoas que se endividam é devido pagar o valor mínimo da fatura.
Contas essenciais vêm primeiro
Na hora de buscar reorganizar a própria situação financeira é preciso colocar as contas no papel e analisar os passos seguintes. Mas como estabelecer prioridades?
O sócio- fundador da Pedra Azul Investimentos, Lelio Monteiro, explicou que o ideal é que o consumidor procure, se ele não tiver condições de pagar todas as contas, pagar primeiro as que são mais essenciais. "E aqui cada um define a sua".
"Como essenciais geralmente entram aluguel, luz e água, por exemplo. Mas para algumas pessoas pode ser remédio, para outras pode ser internet. Depende muito da situação que o consumidor está vivendo naquele momento e das condições pré-existentes".
Outro ponto que precisa ser analisado é a taxa de juros. "Primeiro, o consumidor tem que ver a questão do que é importante para sobrevivência dele. Visto isso, tem que olhar a taxa de juros. Colocar uma ordem de urgência e importancia e liquidar primeiro a com juros mais altos".
Comportamento
A maior parte das decisões de compra dos consumidores são emocionais e não racionais. Isso mostra como o emocional impacta no bolso.
A especialista em finanças comportamentais e diretora de Projetos Sociais do Ibef-ES, Sara Maiza, ressaltou que é necessário cada vez mais conscientizar a população sobre o consumo consciente, a importância da educação financeira e como o nosso emocional impacta diretamente nesse resultado.