Durante audiência de custódia realizada nesta quinta-feira (2), a Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva dos cinco agentes envolvidos no crime
A Justiça converteu, após a audiência de custódia, a prisão em flagrante para preventiva dos cinco militares presos em flagrante após a morte de um adolescente de 17 anos em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo. A audiência foi realizada na tarde desta quinta-feira (2).
Quer receber nossas notícias pelo WhatsApp? Clique aqui e participe do nosso grupo de notícias!
No documento da audiência, obtido pela reportagem do Folha Vitória, também foi divulgado os nomes dos presos envolvidos na morte do jovem. Eles são:
-Leonardo Jordão da Silva
-Samuel Barbosa da Silva Souza
-Thafny Da Silva Fernandes
-Tallisson Santos Teixeira
-Wanderson Gonçalves Coutinho
"Entretanto, como eles foram presos por uma abordagem policial, será instaurado um inquérito policial militar. Além disso, será analisada a conduta dos policiais como um todo: desde a análise do que foi escrito no boletim de ocorrência até o resultado morte do adolescente", explicou.
Clique aqui e siga o RegionalEs no instagram
De acordo com a decisão, o Ministério Público Militar se manifestou, alegando que há elementos para converter o flagrante em prisão preventiva.
"Temos conhecimento apenas do APFD (auto de prisão em flagrante delito) os vídeos que tivemos conhecimento apenas é o que constou no WhatsApp, tem sido divulgado amplamente pela imprensa, trazendo grande repercussão. No primeiro momento, os acusados usaram o direito ao silêncio, o que não traz prejuízo a eles, porque os fatos serão todos investigados. Mas neste momento, para resguardar a investigação e inclusive a vida dos indiciados, em virtude da comoção que o caso gerou, o MP entende que há elementos para converter o flagrante em prisão preventiva".
Durante o documento, a defesa dos policiais também se manifestou que os fatos serão todos apurados, através do IPM (Inquérito Policial Militar) e também da ação penal que será instaurada e tramitará no juízo competente. Além disso, é explicado que a repercussão do caso nunca foi motivo para decretação de prisão preventiva.
Trata-se de cinco militares com diversos elogios nas fichas funcionais, como destaque operacional. Havendo inclusive, manifestações contrárias à prisão na localidade de sua atuação. Todos com anos de serviços prestados à sociedade capixaba, não respondem a qualquer processo criminal, tendo assim bons antecedentes e preenchendo os requisitos para responderem em liberdade", explicou.
Por fim, o juiz da autoria ressaltou que ainda há pontos a serem esclarecidos por meio de investigação, como requereu o Ministério Público Militar, e esta deverá se desenrolar.
"Ademais, a surpresa geral e também no seio do efetivo com o resultado dessa diligência contribui para se colocar em dúvida os preceitos de hierarquia e disciplina que devem nortear a ação policial militar, porque neste momento não se tem certeza, por exemplo, sobre quem efetuou os disparos, cabendo aos mais antigo da guarnição a obrigação legal de evitar o dano", informa o documento.
Segundo ele, no vídeo que registrou o crime não é possível ver todos os militares que atenderam a ocorrência. Além disso, quando as primeiras informações foram divulgadas, os procedimentos ainda estavam em andamento. O nome dos policiais não foi divulgados.
Uma câmera de segurança registrou o momento em que um adolescente que, aparentemente, estaria algemado foi baleado por um policial militar. O caso aconteceu na manhã de quarta-feira (1º), no bairro São Geraldo, em Pedro Canário.
No vídeo, que gerou grande repercussão nas redes sociais, o rapaz aparece já rendido. Logo em seguida, ele é alvo de um tiro de arma de fogo disparado à queima-roupa. As imagens são fortes.